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Guto cita Chape e dá recado à torcida: "Se quiserem facilitar, apoiem"

Guto Ferreira, técnico do Inter, vai para sua segunda partida no comando do time - Ricardo Duarte/Inter
Guto Ferreira, técnico do Inter, vai para sua segunda partida no comando do time Imagem: Ricardo Duarte/Inter

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

05/06/2017 16h15

Guto Ferreira viu, já em sua estreia pelo Inter, uma pressão imensa. Do reservado, ouviu vias ao time no empate em 1 a 1 contra o Juventude. Depois da partida, concedeu entrevista coletiva de onde se ouvia os gritos dos aficionados no protesto do lado de fora do Beira-Rio. Xingamentos e palavras de baixo calão tomaram conta do pátio vermelho. E nesta segunda, ao se preparar para o segundo jogo, ele citou a Chapecoense e foi claro ao mandar recado para os torcedores.

"Para jogar numa equipe como o Inter, tem que ter inicialmente uma condição de assimilação dessa pressão. Isso é uma questão. Mas para a gente ver um diferencial, não que não exista pressão, mas a pressão na Chapecoense é muito menor. Ainda mais com o acidente que aconteceu. A cidade abraçou a equipe de tal maneira, que está praticamente carregando o time no colo. O que está acontecendo em campo? A equipe cresceu de patamar, joga competições internacionais em altíssimo nível. Está se estruturando e há duas rodadas lidera a Série A. É uma equipe montada recentemente, do zero", disse Guto.

Ao citar os catarinenses, o treinador do Inter mostra o que pretende de sua torcida. Em vez da cobrança, o apoio. Em vez do xingamento, o aplauso para que os jogadores sintam-se, de fato, em casa no Beira-Rio, onde o Colorado não vence há dois jogos.

"Esta questão (cobrança e pressão) pode atrapalhar, sim. E o apoio pode facilitar, sim. O momento do Inter é de busca por encontrar seu caminho. Neste momento, é opção de cada um. Se for para bater, vamos suportar e virar a mesa. Se quiserem nos facilitar, que apoiem", determinou.

O recado foi claramente contrário à postura adotada recentemente pelos aficionados. Ao fim do primeiro tempo contra o Juventude já se ouvia vaias vindas das cadeiras do estádio do Inter. E depois do jogo o clima tenso se estendeu até a saída dos atletas.

Não houve foco de violência ou depredação. Depois de xingarem desde jogadores até dirigentes passando por comissão técnica e funcionários, os aficionados deixaram o local sem necessidade de participação da polícia para isso.

O quadro lembrou 2016. No ano passado, jogo após jogo, infortúnio após infortúnio, os colorados protestavam no pátio de seu estádio. Às vezes até abusaram com depredação de portas e paredes e até carros de jogadores atingidos. De nada adiantou. O elenco só se abalou ainda mais, teve evidentes problemas psicológicos também gerados pela pressão exercida pelos torcedores e acabou rebaixado à segunda divisão nacional.

O Inter vem de três jogos sem vencer na Série B, ocupa apenas a 10ª posição na classificação e nesta terça-feira encara o Figueirense fora de casa. O jogo está marcado para o estádio Orlando Scarpelli às 20h30 (de Brasília). Seis titulares foram preservados do jogo: Edenílson, D'Alessandro, Léo Ortiz, Rodrigo Dourado, Uendel e Nico López.