Topo

Clemer fecha três meses no Brasil-RS perto de garantir fuga do rebaixamento

Ex-goleiro levou Rubens Cardoso e antigos profissionais do Inter ao clube pelotense - Jonathan Silva
Ex-goleiro levou Rubens Cardoso e antigos profissionais do Inter ao clube pelotense Imagem: Jonathan Silva

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

21/10/2017 04h00

Clemer completa, neste sábado (21), três meses como treinador do Brasil de Pelotas e com a chance de ficar muito perto da meta do clube na Série B. Diante do Santa Cruz, no estádio Bento Freitas, o Xavante pode dar mais um passo firme para eliminar o risco de rebaixamento. Ex-goleiro de Flamengo e Internacional, o técnico celebra o bom retrospecto como mandante e o salto de rendimento do time gaúcho após um ‘cenário muito ruim’.

Com 38 pontos, o Xavante tem 71% de aproveitamento em casa desde a chegada de Clemer. E tem mais oito rodadas para conseguir chegar aos 45 pontos e se garantir na Série B de 2018.

“O time já melhorou muito, mas é difícil mudar as coisas com a bola rolando. Com jogos acontecendo e precisando vencer. Evoluímos muito na parte física”, conta o ex-goleiro. “O torcedor abraçou o time, então o fator local também ajuda muito”, acrescenta.

No Bento Freitas, que passa por reformas, o Brasil de Clemer só perdeu para o Luverdense. De resto, são cinco vitórias e dois empates. Dezessete pontos conquistados em 24 disputados. Fora de casa a missão é pontuar, mas o contexto faz o fardo ser mais pesado.

“Quando chegamos, encontramos uma situação difícil, um cenário muito ruim. O grupo não tinha uma boa condição física, muita gente chegou em cima da hora. O planejamento foi errado. Havia um clima ruim no ambiente, falta de confiança”, relata Clemer. “Fizemos um trabalho forte para dar confiança, motivação. Fazer o jogador acreditar que pode. Jogador sem confiança é difícil de render”, completa.

No campo, os jogos em sequência dificultaram grandes mudanças. Mas ainda assim o treinador valoriza ajustes táticos adaptados ao elenco e as características do grupo.

“Muitos jogadores estão acostumados com ideias antigas do time. Pegam a bola e dá de graça para o adversário. Não adianta fazer isso, quem não tem a bola corre mais”, aponta. “Nós temos um sistema defensivo com faixa etária alta, então eles são jogadores de fibra lenta. O que acontecia quando chegamos: bola para frente e defesa exposta. Aí era um ponto fraco. Agora a gente joga fechado, protegendo bem a defesa, principalmente fora de casa. A gente monta um tripé e um deles apoia, mas recompõe muito”, cita Clemer.

De acordo com o Departamento de Matemática da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), o Brasil tem 4,1% de chance de ser rebaixado. O percentual pequeno pode ser pulverizado no sábado, em caso de vitória, mas o futuro ainda está em aberto.

Clemer tem contrato até o final da Série B e nem ele e nem os dirigentes do Brasil falaram sobre a próxima temporada. A meta ainda é manter a cabeça na fuga do rebaixamento. Mas três meses depois o cenário já é apontado como bem melhor.