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Queda de rendimento põe em xeque aposta do Inter em cruzamentos

Guto Ferreira não pensa em mudar movimentação do Inter apesar de queda - Ricardo Duarte/Inter
Guto Ferreira não pensa em mudar movimentação do Inter apesar de queda Imagem: Ricardo Duarte/Inter

Marinho Saldanha

Do UOL em Porto Alegre

05/11/2017 04h00

O Internacional tem uma forma clara de jogar. Produz ações ofensivas pelas laterais e cruza com o centroavante como destino. Foi assim que o time de Guto Ferreira se consolidou na Série B do Campeonato Brasileiro. Sem tramas centrais, apenas buscando o lado. Mas a queda de rendimento nos últimos jogos indica que a receita já não dá mais certo como antigamente, logo no momento crucial da competição.

Contra o CRB, quando Damião voltou ao time após desconforto muscular na coxa esquerda, foram 52 lançamentos para área. 14 corretos, 38 equivocados, segundo estatísticas do site especializado Footstats. Diante do Ceará, com Roberson no comando de ataque, foram outros 39 cruzamentos. Sete corretos, 32 errados.

"Cinquenta e poucas bola na área e o gol não saiu, mas tiveram bolas onde o goleiro fez grande defesas. Tiveram bolas onde o detalhe pesou. Mais do que a bola na área, nós tentamos por baixo também. Inclusive no primeiro tempo, por baixo, o Claudio foi infeliz e bateu por cima. As tentativas variaram, mas claro que teve um volume maior em um lado", disse o técnico Guto Ferreira.

Os números extrapolam a média do próprio Inter. Normalmente o time adota tal estratégia, mas não com tanta ênfase. Talvez motivado pela ansiedade de marcar logo.

"O gol não saia, a ansiedade cresce e o equilíbrio emocional se vai… Você tenta resolver o quanto antes, mas o campeonato não é assim. Há duas rodadas todos falavam que ia chegar agora. Nós nem chegamos aos 64 e com dois jogos em casa. Mais do que nunca, o que tem predominado, é equipes jogando defensivamente. Fechadas. Em contra-ataque. Todo mundo joga no erro. E o Inter, por jogar em casa e ser equipe grande, busca furar retrancas e acaba se expondo. Contra o Ceará foi assim, agora se repetir. Temos que buscar soluções… Vamos ter que controlar o emocional e buscar. Temos cinco rodadas", explicou.

E mesmo com a estratégia de procurar o centroavante à base de cruzamentos com declínio de efetividade, a ideia não é mudar. O 4-1-4-1 adotado pelo Colorado gera pouca aproximação entre centrais e pivô. Em vez de tramar com D'Alessandro e Edenílson para que estes entrem na área, a conduta é levar a bola até Pottker ou Sasha para aproximação dos laterais e cruzamentos. E na avaliação da comissão técnica, nenhuma situação diferente deve ocorrer nos próximos jogos.

"Acho que não é o sistema que define. O que define é você conseguir em determinadas situações… Duas rodadas atrás ganhamos do Criciúma lá. Estamos analisando após dois resultados em casa onde pegamos adversários fechados. Transferir para o sistema acho que… não sei… Acho que não é por aí", afirmou o técnico.

O Inter encara o Luverdense na próxima segunda-feira. O jogo está marcado para as 20h (de Brasília).Com 62 pontos, o Colorado lidera a Série B, mas não tem condições de confirmar matematicamente o acesso na próxima rodada.