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Cria do Coritiba, Kady chama responsabilidade por volta por cima no clube

Kady celebra o gol contra o Criciúma nos braços dos colegas - Comunicação CFC
Kady celebra o gol contra o Criciúma nos braços dos colegas Imagem: Comunicação CFC

Napoleão de Almeida

Colaboração para o UOL

04/05/2018 08h00

Já se ensaiavam vaias no Couto Pereira quando Kady acertou uma pancada de fora da área e empatou o jogo com o Criciúma, aliviando a pressão no Coritiba, que ainda iria virar o placar (2 a 1). Na comemoração, uma imagem emblemática: de braços abertos, Kady celebrou com a torcida um gol que, para ele, marcou a chance de dar a volta por cima no clube que o revelou.

Kady fez o mesmo caminho que outros craques da história do clube, como Tcheco e – principalmente – Alex: nascido em Curitiba, começou no futsal, na AABB, até ser levado ao Coxa. “Estava com 13 anos quando fui indicado pelo João Carlos, meu treinador de futsal, para fazer um teste. Passei no teste e estou até hoje nesse clube maravilhoso”, contou ao UOL Esporte, ressaltando que saiu da arquibancada do Couto para o campo. Foi como torcedor que comemorou a volta de Alex ao clube, ainda com 17 anos.

Decepção nas arquibancadas e no campo na Copa do Brasil

Dois anos antes, sofreu a decepção de ver o título da Copa do Brasil escapar das mãos do clube na final contra o Vasco. Dali, mirou seu objetivo: “Aquele sentimento de querer estar ali dentro é único”, contou. Quando teve a chance, acabou sofrendo justamente na Copa do Brasil. “Eu subi no meio de 2016, tive a oportunidade de treinar com o time principal e estar no elenco. Então fui para a pré-temporada em 2017 com o elenco, foi muito bom pro meu crescimento. Pude aprender bastante. Veio minha oportunidade de ser titular na Copa do Brasil e fomos eliminados pelo ASA dentro de casa. Dali em diante em conversas com meu empresário (o agente Gianfranco Petruzziello) resolvemos que seria bom ser emprestado.”

Kady foi ao Londrina, mas ficou pouco tempo. “Voltei no meio da Série A, que o Coritiba estava disputando, e de novo fui emprestado para o Foz, para jogar o Sub-23. Foi uma das coisas mais importantes que aconteceu na minha carreira, tive oportunidade de viver outra realidade. Jogamos a Taça FPF Sub-23 e perdemos nas quartas-de-final.” Sem espaço no Coxa, viu o clube ser rebaixado para a Série B. No final do ano, eleições e uma mudança na política com a base.

“Mudou a diretoria e vieram com essa filosofia de usar a base, então tive a oportunidade de estar novamente na pré-temporada. O Paranaense foi a grande vitrine para nós, uma oportunidade para que pudéssemos nos firmar e ficar para o Brasileiro. Todo começo de algo diferente é difícil. Perdemos o Paranaense, mas na minha opinião serviu de muita experiência para todos nós, garotos. E vai ser muito produtivo pro clube daqui uns anos”, projeta.

“Cobrança sempre vai existir”

As derrotas no Estadual deixaram o ambiente difícil para os jogadores, pressionados por resultados. Kady acha que é algo natural. “Cobrança, ela sempre vai existir em cima de nós, pela nossa história e pelo tamanho do Coritiba. Nós sabemos o que somos capazes de fazer dentro de campo, nem sempre vamos conseguir fazer uma boa partida, mas sempre o mais importante é sair com os 3 pontos”, defende. A pressão derrubou o ex-técnico Sandro Forner e então chegou Eduardo Baptista, que tem dado espaço à Kady.

“Não tinha trabalhado com o Eduardo ainda, estou conhecendo ele aos poucos, mas é um treinador que é muito competitivo, gosta do time organizado, gosta de ter um time com muita vontade e querendo ganhar as partidas. Claro que tem diferenças, mas não sei dizê-las”, descreveu sobre as mudanças.

A próxima parada é em Barueri, São Paulo, contra o Oeste, nesta sexta, 21h30. O Coxa iniciará a rodada em oitavo lugar e pode, conforme a combinação de resultados, figurar pela primeira vez no G4-B. “Acho que não tem um segredo, temos que ser competitivos como a Série B exige. Na maioria das vezes teremos que ser os protagonistas do jogo e igualando a nossa vontade com as dos adversários, a nossa qualidade vai aparecer. Nós sabemos que o lugar do Coritiba não é a Série B, sabemos das nossas responsabilidades e a importância que é tirar o clube dessa condição”, ponderou.