Corinthians tenta avançar mais um passo, mas está longe do plano de Carille

No 10º jogo oficial de 2017, o Corinthians vai atrás de mais um resultado que ateste sua evolução sob o comando de Fábio Carille. Nesta quinta-feira (9), na Arena Pantanal, em Cuiabá, os corintianos visitam o Luverdense pela terceira fase da Copa do Brasil. E, além de uma vitória, busca a a evolução dentro da ideia de jogo construída pelo treinador.

Com um sistema defensivo já afirmado na temporada e que não tomou gols em sete das nove partidas realizadas, o Corinthians quer evoluir justamente na outra fase do jogo. Carille busca um ataque mais envolvente, o que está diretamente ligado ao amadurecimento dos conceitos de jogo que a equipe deverá absorver. Até aqui, das sete vitórias corintianas, seis foram por 1 a 0.

Planejado para ser um time de triangulações, essencialmente inspirado na ideia de Tite para o Corinthians campeão brasileiro de 2015, o novo time evolui pouco a pouco. Dos nove jogos disputados na temporada, em apenas três os corintianos superaram o rival no índice de posse de bola (ver abaixo). A conclusão clara é que falta crescer no sentido coletivo não só da equipe titular, mas na implantação da ideia de jogo em todo o elenco.

Por outro lado, Carille e sua equipe aproveitam o que de melhor podem oferecer os dois centroavantes do grupo. Kazim e Jô, jogadores de grande aproveitamento pelo alto, oferecem alternativa de pivô para lances em que a defesa prefere a bola longa ao jogo pelo chão. No Campeonato Paulista, o Corinthians é a terceira equipe que mais rebate bolas para longe e a segunda que mais acerta lançamentos. Vale aqui um detalhe: por lançamentos certos, o Footstats considera aqueles em que a jogada longa é usada e a posse de bola permanece com a equipe.

A consequência dessa ideia de jogo ainda em fase de maturação é a troca de passes baixa. Ainda com o Paulista como parâmetro, o Corinthians é apenas a oitava equipe que mais acerta passes e a segunda que mais erra, outro sinal de que esse ainda é um time em fase de ajustes. Mas que, parece claro para a comissão técnica, avança dentro da proposta planejada.

Diante do Luverdense, o Corinthians repetirá a formação pela primeira vez nos jogos oficiais de 2017. Com Rodriguinho e Maycon em dupla no meio-campo e principalmente Jadson pelo lado direito, o time de Carille ganha em qualidade técnica e, por consequência, capacidade de criação e infiltração.

O dilema que atravessa Fábio Carille, entre afirmar conceitos ou privilegiar uma fórmula que tem dado resultado, remonta a uma ideia de Mano Menezes. Quando perguntado sobre o porquê da construção de um estilo, com Tite e com ele, que priorizava consistência de equipe, Mano dizia que o Corinthians jamais perdoa três jogos sem vitórias e por isso treinadores de maior êxito no clube preferem um estilo de jogo mais seguro. Carille, 'formado' por Tite e Mano, também pertence a essa classe.

O índice de posse de bola do Corinthians contra cada rival

São Bento (54%), Caldense (57%), Santo André (64%), Novorizontino (50%), Audax (34%), Palmeiras (34%), Mirassol (48%), Brusque (44%) e Santos (42%). Dados: Footstats