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Rei do Rio e Homem-Gol. Renato divide idolatria em duelo de tricolores

O técnico Renato Gaúcho comemora o título com os jogadores do Grêmio - JEFFERSON BERNARDES/AFP
O técnico Renato Gaúcho comemora o título com os jogadores do Grêmio Imagem: JEFFERSON BERNARDES/AFP

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

17/05/2017 04h00

Fluminense e Grêmio significam muito na vida de Renato Portaluppi (ou Renato Gaúcho). E quis o destino que ele ficasse diante dos dois clubes logo no retorno à Copa do Brasil, torneio que ganhou duas vezes, justamente com os tricolores das Laranjeiras e de Porto Alegre. O ex-atacante já foi chamado de Rei do Rio, Homem-Gol e agora é o personagem de um dos duelos das oitavas de final de 2017.

Renato também passou por Flamengo e Botafogo no Rio, mas foi pelo Flu que marcou gol de barriga. Lá, virou treinador interino quando ainda tinha contrato de atleta e, anos depois, ganhou Estadual e levou o clube à final da Libertadores de 2008.

“Eu tenho um carinho muito grande pelo Fluminense, mas sou Grêmio”, disse Renato em 2013, às vésperas de outro confronto entre tricolores. À época o duelo era pela Libertadores.

Renato chegou ao Fluminense quase oito anos depois de sair do Grêmio. O histórico gol na final do Carioca de 1995 começou a escrever o status de ídolo junto ao torcedor. No ano seguinte, já com lesão no joelho e diante de um time em crise, foi treinador interino por dois jogos.

“Quando eu cheguei ao Fluminense, o Renato já tinha feito o gol contra o Flamengo. Ele estava machucado, treinou o time e tudo. Já era ídolo”, conta Paulo Roberto, ex-lateral direito e que foi colega do agora treinador tanto no Grêmio como no Flu.

Campeão da Copa do Brasil de 2007 pelo Fluminense, Renato Gaúcho comandará o Bahia - Ormuzd Alves/Folha Imagem - Ormuzd Alves/Folha Imagem
Imagem: Ormuzd Alves/Folha Imagem

A relação de Renato com os dois tricolores tem mais semelhanças do que o primeiro olhar indica. Nos dois clubes, o treinador comandou trabalhos pontuais com êxitos e sempre marcados por frases de efeito e grandes atuações individuais.

Além dos títulos de Copa do Brasil, em 2008 e 2016, Renato também foi vice da Libertadores com o Fluminense e segundo colocado do Brasileirão com o Grêmio. Nos dois clubes, entrou na maioria das vezes para ‘salvar’ a temporada e conseguiu mais do que isso.

Renato Gaúcho faz gol do Grêmio contra o Hamburgo, no Mundial Interclubes de 1983 - Divulgação/Grêmio - Divulgação/Grêmio
Imagem: Divulgação/Grêmio

Herói na Libertadores e no Mundial de 1983 pelo Grêmio como jogador, Renato renovou em dezembro e tem vínculo válido até dezembro. Internamente é visto como uma ‘entidade’, pela figura de ídolo e personalidade. Um treinador capaz de blindar o elenco e centralizar as decisões.

O treinador é contestado pelas oscilações e métodos bem específicos, mas referendado pelos dirigentes com base justamente na gestão de grupo. Justamente pelo controle que costuma manter no vestiário, é apoiado pelos atletas.

"O Renato tem o grupo na mão", disse Maicon, capitão e um dos líderes do elenco. "Ele tem passado muito do que viveu no futebol para a gente crescer", contou Léo Moura, lateral direito do Grêmio.

A partir desta quarta-feira, e até o dia 31, quando Grêmio e Fluminense se cruzarem brigando por uma vaga nas quartas de final da Copa do Brasil, Renato vai ter de se policiar. Vai precisar eleger bem as lembranças para ficar apenas de um lado do duelo, que a ele é cheio de ótimas recordações.

FICHA TÉCNICA
GRÊMIO X FLUMINENSE

Data e hora: 17/05/2017 (quarta-feira), às 21h45min (Brasília)
Local: Arena do Grêmio, em Porto Alegre (RS)
Árbitro: Dewson Fernando Freitas da Silva(PA/FIFA)
Auxiliares: Alessandro Rocha de Matos (BA/FIFA) e Bruno Boschilia (PR/FIFA)

GRÊMIO: Marcelo Grohe; Léo Moura, Geromel, Kannemann e B. Cortez; Michel, Arthur, Ramiro, Luan, Pedro Rocha; Lucas Barrios
Técnico: Renato Gaúcho

FLUMINENSE: Diego Cavalieri; Lucas, Renato Chaves, Henrique e Léo Pelé; Pierre, Wendel; Marcos Jr, Sornoza e Richarlison (Gustavo Scarpa); Henrique Dourado
Técnico: Abel Braga