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Otero dedica golaço à Venezuela e fala de crise política: "sofrimento"

Enrico Bruno e Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

01/06/2017 04h00

Autor do gol que abriu caminho para a vitória do Atlético-MG sobre o Paraná, por 2 a 0, e que classificou o clube mineiro às quartas de final da Copa do Brasil, Otero foi o jogador mais assediado pela imprensa após a partida. O venezuelano falou bastante sobre o gol olímpico, admitindo que não foi intencional apesar dos treinos constantes no fundamento. Só que o meia chamaria atenção mesmo ao falar do país natal, dedicando o feito aos conterrâneos que passam por dificuldade. 

“Falei antes que o gol foi para Venezuela mesmo, que está passando um momento ruim. Foi também para a minha família e para o torcedor, que está sempre aí, para nos apoiar”.

A Venezuela passa por um período de muitos protestos desde que o Supremo Tribunal local, em abril, limitou o poder da Assembleia Nacional, onde a oposição ao governo de Nicolás Maduro é maioria. Mesmo com a decisão revogada, as manifestações continuam, já que parte da população quer que as eleições presidenciais sejam antecipadas.

Desde então, o caos se instalou no país. As dificuldades são diversas, desde a falta de atendimento médico e até mesmo de comida. Longe da família, Otero revela que está difícil jogar e saber que seus parentes sequer podem sair de casa.

“É difícil lembrar do sofrimento, pois lembro sempre. Minha família está toda lá, não pode sair na rua. Está tudo complicado. Mas com ajuda de Deus, tudo vai dar certo”, disse o venezuelano.

“Às vezes falta tranquilidade. Sempre tenho de estar ligado com a minha família, mas o profissional é assim. Também tenho de ficar ligado aqui e ligado lá. Graças a Deus consigo fazer grandes jogos, concentrado sempre. É isso aí que o profissional tem que fazer”, completou Otero, que está no Atlético desde julho do ano passado.