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"Diretoria confia em mim e não vou decepcioná-los", diz Dorival Júnior

Bruno Grossi

Do UOL, em São Paulo (SP)

28/02/2018 22h22

O São Paulo abriu vantagem na terceira fase da Copa do Brasil ao vencer o CRB por 2 a 0 nesta quarta-feira, no Morumbi. O resultado, com um desempenho convincente no primeiro tempo, serviu para tirar um pouco da carga sobre os ombros de Dorival Júnior. Mas o grande alívio para o técnico veio das conversas com a diretoria nos últimos dias, quando recebeu voto de confiança para seguir à frente do Tricolor. A atitude, segundo o treinador, será recompensada.

"Houve respeito e dignidade da diretoria. Eles analisam o dia a dia e sabem o que estamos tentando fazer. E não esqueceram que estávamos há pouco tempo na zona de rebaixamento e finalizamos perto da liderança do segundo turno. Viram que um algo mais poderia ter acontecido. Entramos no ano perdendo jogadores, ganhando outros e com muito pouco tempo para treinar", disse o treinador.

"Eu trabalho muito com isso e precisava de mais tempo para conseguir mudar o que ficou do ano passado. Não é o ideal e sei que podemos fazer muito mais e melhor pelo torcedor. Confio no meu trabalho e sei que a diretoria também confia e não vou decepcioná-los. O respeito da diretoria comigo será sempre recíproco. Tem coisa boa para acontecer em um futuro próximo", prometeu Dorival, que prosseguiu:

"Não falta trabalho, não falta lealdade. Tive uma resposta muito positiva da diretoria do São Paulo, até porque também mostrei muita lealdade e dignidade desde que cheguei. E fico feliz de ter tido essa resposta da diretoria. O momento não é bom em termos de resultados, mas o trabalho todos estão vendo. O são Paulo pensou diferente da maioria. Fico feliz, não só por mim, mas mesmo se fosse outro técnico. Reconheço o valor da atitude tomada".

Depois de ficar três partidas sem vencer, agora o São Paulo já soma duas de invencibilidade e sem sofrer gols. Nos 12 jogos do ano, a equipe não foi vazada em oito e Dorival aponta isso como uma das provas de que o trabalho está sendo bem feito.

Outros argumentos a seu favor podem ser vistos no CT da Barra Funda, mesmo que haja pouco tempo para trabalhar. Mas o técnico confia que os dirigentes estão tomando o cuidado de ouvir de funcionários e jogadores que há crescimento no projeto.

"Os atletas percebem que estão crescendo individualmente, que tem consistência no trabalho, que não tem sacanagem. A maioria já teve oportunidade e vai continuar tendo. Estamos todos respaldados pelo corpo técnico a nossa volta, que são sérias e trabalham bem", comentou o técnico.

"Nunca vi uma equipe que trabalha tanto como no São Paulo, com nutricionista, psicóloga, cozinheiros. O clube tem uma luz própria que faz os funcionários se doarem pelo clube. Eles enxergam a integridade com que se trabalha no São Paulo. Todos perceberam que poderiam perder funcionários tão dedicados a eles (em caso de demissão do treinador) e houve essa troca. Quando existe essa harmonia, dificilmente as coisas dão errado", destacou.

O São Paulo agora pela frente a reta final da primeira fase do Campeonato Paulista. Encara o Linense no domingo, o Palmeiras na quinta-feira e o Red Bull Brasil no fim de semana seguinte. Uma sequência que poderia, enfim, dar tranquilidade a Dorival, certo? Não é o que o técnico diz: "Meu jogo é o jogo seguinte. Não tenho como mensurar outra situação. Eu sou muito sincero. Se não tiver resultado, a pressão será maior cada vez mais. Estamos trabalhando para reverter isso e valorizar o que é trabalhado em campo. Ninguém é bobo aqui. Estou há algum tempo e sei quando se tem resultado aleatoriamente ou quando é por consistência. Não se surpreendam se o São Paulo surpreender muita gente".

"Mas acha que um resultado resolve? Treinador não relaxa. Todos em volta relaxam. Juca (Pacheco), assessor de imprensa, vai dormir como um bebê hoje. Mas o treinador não. Nem sendo líder, goleando. Não faz parte do nosso dia a dia. E no nosso país é absurdamente estúpida. E não vai mudar", afirmou.

"Mas estamos já algum tempo no meio e sei que não vai mudar nem quando eu parar. Temos que conviver com esse tipo de situação e sabemos que isso alimenta uma cadeia, que fomenta o dia a dia do futebol. Vou chegar em casa e fazer o que sempre faço, com orações e agradecimentos, dormindo 5h da manhã e acordando às 7h", finalizou.