Nem "bom moço", nem "filho da p...". Galo banca R. Guedes, que se defende
Róger Guedes é um jogador de temperamento difícil. Foi assim na época do Palmeiras, quando ficou marcado por algumas confusões, a principal delas uma briga com o volante Felipe Melo, e não tem sido diferente no Atlético-MG. Não são nem quatro meses de Cidade do Galo e o atacante já tem alguns episódios provocados por ter uma personalidade forte.
“Às vezes a torcida acha que eu sou mau-caráter, filho da p...”, comentou o jogador após o empate em 2 a 2 com o Ferroviário, pela Copa do Brasil. Róger Guedes foi titular do Atlético depois de amargar o banco de reservas por um mês. Autor de um dos gols do Galo, ele se defendeu das críticas, que ficaram ainda maiores nos últimos dias.
“O choro me levou à tristeza pela questão do que a imprensa fala, das brigas que tive no Palmeiras com o Felipe Melo. Então tudo é sempre o Guedes. É o Guedes isso, o Guedes aquilo. Quem me conhece realmente, a família, o clube mesmo, os meus companheiros, sabem a pessoa que eu sou, uma pessoa de caráter, de coração grande e amigo de todo mundo”.
O desabafo de Róger Guedes no Castelão foi motivado pelo choro no vestiário em São Januário. Na estreia do Atlético no Campeonato Brasileiro, contra o Vasco, o atacante entrou no jogo aos 44 minutos do segundo tempo. Aos 50, num contra-ataque com quatro atleticanos contra quatro vascaínos, Guedes tentou um passe de calcanhar que saiu errado e originou o lance do gol da virada do time da casa.
O erro em campo só aumentou a insatisfação da torcida, já que o atacante chegou ao clube com status de titular, mas ainda não correspondeu em campo. Já fora dele, alguns problemas, como queixas em alterações e a briga com Tomás Andrade em uma atividade na Cidade do Galo.
Motivo pelo qual a diretoria do Galo chegou a cogitar a não continuidade do jogador em Belo Horizonte. Algo que não deve acontecer, pelo menos não por enquanto. Os dirigentes atleticanos e a comissão técnica do clube entendem que Róger Guedes quer mudar e começar a escrever uma nova história com a camisa alvinegra. Por esse motivo, o presidente Sérgio Sette Câmara banca a continuidade do atacante na Cidade do Galo.
"Nós não temos nenhum interesse em fazer uma negociação com o Róger Guedes, entendemos que é um excelente jogador, que vai nos auxiliar muito ainda neste ano. Jogador não tem que ser bom moço, ele tem que ser bom jogador. Não estou querendo jogador para casar com a minha filha", disse mandatário em entrevista à Rádio Super Notícia FM.
A situação incomoda da de Róger Guedes dentro do clube foi revelado pelo técnico Thiago Larghi. Após a derrota para o San Lorenzo, na Argentina, na estreia da Copa Sul-Americana, o treinador revelou que a decisão sobre o futuro do atacante seria tratada internamente. Uma semana depois, o recado da presidência foi bastante claro. Indisciplinas não serão aceitas, mas é preciso que Larghi saiba levar os jogadores que dão mais trabalho, caso de Róger Guedes.
“O treinador tem que entender que cada um tem sua maneira de ser, o seu gênio. Às vezes, está um pouco indolente e não podemos ter indisciplina, chama atenção, conserta aqui, puxa a orelha e vamos tocando”, disse Sérgio Sette Câmara, que usou o ex-jogador Éder Aleixo e agora auxiliar técnico do Atlético como exemplo.
"Quantos jogadores já vimos passar pelo Atlético que não eram bom moço? Temos um aqui trabalhando conosco, o Éder Aleixo. Mas, em compensação, o que ele jogava bola, compensava tudo. É assim, o Róger é desse tipo de jogador. Não vamos aceitar indisciplina, mas também não vamos rifar o jogador por conta disso”, completou o dirigente.
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