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Com pior aproveitamento do século no Santos, Cuca quer evitar 1ª eliminação

Somando as duas passagens, Cuca tem somente 27,7% de aproveitamento no clube paulista - Marcelo Gonçalves/Agência O Dia/Estadão Conteúdo
Somando as duas passagens, Cuca tem somente 27,7% de aproveitamento no clube paulista Imagem: Marcelo Gonçalves/Agência O Dia/Estadão Conteúdo

Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

15/08/2018 04h00

O Santos busca na decisiva partida diante do Cruzeiro, nesta quarta-feira (15), às 19h30 (de Brasília), no Mineirão, que a atual crise vivida venha aumentar nesta temporada. Sem vencer desde a chegada ao clube, o técnico Cuca luta contra a primeira eliminação desde o retorno a Vila Belmiro. Para isso, precisará superar um retrospecto pessoal negativo.

De acordo com dados da Assophis (Associação dos Pesquisadores e Historiadores do Santos FC), somando as duas passagens, o técnico já tem o pior aproveitamento do século no clube, apenas 27,7% de aproveitamento. Em 18 jogos, apenas três vitórias.

Desde que chegou, Cuca já comandou o Santos em quatro jogos e não conseguiu mudar o cenário que o frustrou na primeira passagem pelo clube, em 2008. Na ocasião, o treinador deixou o Santos após apenas dois meses e 14 jogos.

Cuca perde, por exemplo, para a última passagem de Nelsinho Baptista, em 2005, marcada por uma demissão ainda mais rápida, após 13 jogos e pelo 7 a 1 sofrido para o rival Corinthians, com 30,7% de aproveitamento. Jair Ventura, seu antecessor, somou 44,4%.

O melhor aproveitamento é de Dorival Júnior. Contabilizando as passagens de 2010 e entre 2015 e 2017, o treinador tem 64,7% de média dos pontos disputados.

O confronto, pelas quartas de final da Copa do Brasil, decide o primeiro semifinalista da competição. O Santos perdeu por 1 a 0 a primeira partida, no último dia 1º, na Vila Belmiro, e precisa vencer por dois gols de diferença para avançar no tempo normal. Qualquer vitória simples leva a decisão para os pênaltis.

Vencer, por sinal, virou o maior dos problemas para os santistas. A equipe não triunfa há dois meses, desde o 1 a 0 sobre o Fluminense, no Maracanã, em 13 de junho, pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro. Já são dez partidas.

A eliminação pode causar ainda mais pressão ao Santos que busca se reerguer. No Campeonato Brasileiro, a equipe está na zona do rebaixamento, em 17º lugar, com 18 pontos. Além disso, terá já na próxima semana o primeiro duelo pelas oitavas de final da Copa Libertadores da América, contra o Independiente, na Argentina.

Após a derrota por 3 a 1 para o Atlético-MG, no último domingo (12), Cuca pediu por paciência para que consiga, enfim, fazer a equipe deslanchar na temporada.

"Tem muita coisa [para consertar]. O principal é ter paciência e equilíbrio. Tivemos um primeiro tempo bom, poderíamos ter passado à frente no segundo tempo, mas sofremos o gol. Temos que levar as coisas boas que fizemos na partida mesmo com a derrota. Temos que corrigir o posicionamento errado do segundo gol e trabalhar”, disse o treinador.

Sem inscrição, estrangeiros são ausência em BH

Para a partida, o Santos não poderá contar com o seu trio de estrangeiros contratados recentemente: o meia costarriquenho Bryan Ruiz, o volante uruguaio Carlos Sánchez e o atacante paraguaio Derlis González, já que nenhum deles pôde ser inscrito para a Copa do Brasil.

Os jogadores também passam por trabalhos físicos para recuperarem a melhor condição. Além disso, Cuca segue sem o atacante Eduardo Sasha, em fase final de recuperação de lesão.

Depois de ser utilizado oficialmente pela primeira vez no Brasil justamente na partida de ida entre as equipes, o árbitro auxiliar de vídeo (VAR) será novamente um dos atrativos no confronto.

O sistema foi utilizado aos 11 minutos do segundo tempo do primeiro jogo, quando os santistas pediram um empurrão de Lucas Romero em Gabigol dentro da área. O juiz rapidamente ouviu os árbitros de vídeo e o jogo seguiu. Wilson Pereira Sampaio não quis conferir o lance nos monitores da Vila Belmiro.

O Cruzeiro, por sua vez, vem de derrota por 1 a 0 para o Flamengo pelo Campeonato Brasileiro, a quarta partida consecutiva sem triunfar na competição. Mesmo assim, vive bom momento nos outros dois torneios que disputa na temporada (Copa do Brasil e Brasileiro). No período, Mano optou por um rodízio na equipe, poupando os seus jogadores.

Atual campeão da competição, a equipe do técnico Mano Menezes joga pelo empate para se classificar e se aproximar do sonho de mais um título. Se passar, será a terceira semifinal consecutiva da equipe na Copa do Brasil.

Além disso, na Libertadores, também tem classificação encaminhada após vencer por 2 a 0 o Flamengo no jogo de ida, atuando fora de casa.

Ficha Técnica

Cruzeiro x Santos

Data:
15 de agosto de 2018, quarta-feira
Local: Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Horário: 19h30 (de Brasília)
Árbitro: Rodolpho Toski Marques (PR)
Assistentes: Bruno Boschilia (PR) e Alessandro Alvaro Rocha de Matos (BA)
Árbitro de vídeo: Wilton Pereira Sampaio (GO)

Cruzeiro: Fábio, Romero, Léo, Dedé e Egídio; Henrique, Lucas Silva, Thiago Neves, Robinho e Arrascaeta; Barcos. Técnico: Mano Menezes

Santos: Vanderlei; Victor Ferraz, Luiz Felipe, Lucas Veríssimo e Dodô; Alison, Jean Mota e Diego Pituca (Léo Cittadini); Rodrygo, Bruno Henrique e Gabriel Barbosa. Técnico: Cuca

Veja o retrospecto dos técnicos que dirigiram o Santos neste século:

Dorival Júnior (2010 e 2015 a 2017): 189 jogos (111 vitórias, 34 empates e 44 derrotas), 64,7% de aproveitamento

Oswaldo de Oliveira (2005 e 2014): 60 jogos (34 vitórias, 13 empates e 13 derrotas, 63,8% de aproveitamento)

Vanderlei Luxemburgo (2004, 2006 a 2007 e 2009): 224 jogos (122 vitórias, 47 empates e 55 derrotas, 61,4% de aproveitamento)

Emerson Leão (2002 a 2004 e 2008): 167 jogos (89 vitórias, 36 empates e 42 derrotas, 60,4% de aproveitamento)

Adilson Batista (2011): 11 jogos (5 vitórias, 5 empates e 1 derrota, 60,6% de aproveitamento)

Vagner Mancini (2009): 29 jogos (14 vitórias, 9 empates e 6 derrotas, 58,6% de aproveitamento)

Enderson Moreira (2014 a 2015): 31 jogos (16 vitórias, 6 empates e 9 derrotas, 58% de aproveitamento)

Levir Culpi (2017): 31 jogos (14 vitórias, 12 empates e 5 derrotas, 58% de aproveitamento)

Muricy Ramalho (2011 a 2013): 161 jogos (76 vitórias, 46 empates e 39 derrotas, 56,7% de aproveitamento)

Geninho (2001): 40 jogos (19 vitórias, 11 empates e 10 derrotas, 56,6% de aproveitamento)

Alexandre Gallo (2005): 41 jogos (19 vitórias, 11 empates e 11 derrotas, 55,2% de aproveitamento)

Marcelo Fernandes (2015): 29 jogos (13 vitórias, 7 empates e 9 derrotas, 52,8% de aproveitamento)

Claudinei Oliveira (2013): 41 jogos (17 vitórias, 12 empates e 12 derrotas, 51,2% de aproveitamento)

Cabralzinho (2001): 16 jogos (7 vitórias, 2 empates e 7 derrotas, 47,9% de aproveitamento)

Márcio Fernandes (2008 a 2009): 29 jogos (11 vitórias, 9 empates e 9 derrotas, 48,2% de aproveitamento)

Celso Roth (2002): 20 jogos (7 vitórias, 8 empates e 5 derrotas, 48,3% de aproveitamento)

Jair Ventura (2018): 39 jogos (14 vitórias, 10 empates e 15 derrotas), 44,4% de aproveitamento

Nelsinho Baptista (2005): 13 jogos (3 vitórias, 3 empates e 7 derrotas, 30,7% de aproveitamento)

Cuca (2008 e 2018): 18 jogos (3 vitórias, 6 empates e 9 derrotas, 27,7% de aproveitamento)

Fonte: Evaldo Rodrigues/Associação dos Pesquisadores e Historiadores do Santos FC