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Palmeiras revê Cruzeiro em revanche de duelo que precipitou o "fim" em 2017

Diogo Barbosa, hoje no Palmeiras, fez o gol decisivo que classificou o Cruzeiro em 2017 - André Yanckous/AGIF
Diogo Barbosa, hoje no Palmeiras, fez o gol decisivo que classificou o Cruzeiro em 2017 Imagem: André Yanckous/AGIF

Enrico Bruno e Leandro Miranda

Do UOL, em Belo Horizonte e São Paulo

12/09/2018 04h00

O duelo com o Cruzeiro por uma vaga na final da Copa do Brasil, que começa às 21h45 desta quarta-feira (12), no Allianz Parque, terá uma carga extra para um Palmeiras que tem convivido constantemente com a pressão de ser campeão nos últimos anos. Foi a eliminação contra a equipe mineira, no ano passado, na mesma competição, que se estendeu em uma série frustrante e uma temporada sem nenhum troféu conquistado.

Foi em julho de 2017 que o Palmeiras caiu diante do Cruzeiro, nas quartas de final, após buscar um empate heroico por 3 a 3 em São Paulo (saiu perdendo por 3 a 0) e ficar no 1 a 1 no Mineirão, com gol decisivo do então cruzeirense Diogo Barbosa no fim. Pela regra dos gols fora de casa, o time celeste avançou para eventualmente se consagrar campeão. Naquele jogo decisivo, estiveram em campo Edu Dracena, Thiago Santos, Dudu e Borja, que também devem sair jogando nesta quarta.

Para o clube alviverde, foi o começo de uma sequência traumática que seria complementada com a queda na Libertadores no mês seguinte, diante do Barcelona de Guayaquil, nas oitavas de final. O momento ruim culminaria na demissão de Cuca, que havia voltado como "salvador da pátria" após o começo instável de Eduardo Baptista na temporada. O Palmeiras terminou o ano sob o comando interino de Alberto Valentim e ainda surpreendeu ao esboçar uma briga com o Corinthians pelo Campeonato Brasileiro na reta final, mas perdeu fôlego antes de conseguir ameaçar concretamente o rival.

Nem mesmo o vice nacional apagou o gosto de fracasso da temporada, após dois anos bem-sucedidos com as conquistas da Copa do Brasil de 2015 e do Brasileirão de 2016. Agora, diante do mesmo adversário, o Palmeiras se vê em situação parecida. Embalado pelo excelente início de Luiz Felipe Scolari após substituir Roger Machado, o clube está vivo na briga pelos três principais títulos do ano e tem mantido o discurso que, com a boa gestão do elenco que tem sido feita e aprovada pelo treinador, é possível levantar todas essas taças.

Para isso, Felipão usa de velhas armas. O treinador, como de costume, escondeu a escalação no treino de véspera. Nos 15 minutos a que a imprensa teve acesso, nem Bruno Henrique nem Borja apareceram no gramado. Os dois são dúvida por causa de dores na panturrilha, mas têm boas chances de participar da partida no Allianz Parque. A maioria dos titulares, poupados na vitória sobre o Corinthians no final de semana, volta ao time, apesar dos desfalques de Felipe Melo e Deyverson por suspensão.

Já no Cruzeiro, a classificação contra o Palmeiras no ano passado já entrou no esquecimento, e o time tem mostrado sinais de maturidade para evitar qualquer tipo de salto alto. Diretoria e jogadores não escondem que a grande obsessão do time em 2018 é o tricampeonato da Libertadores, mas o desejo do hexacampeonato da Copa do Brasil é bem semelhante, a começar pelo retorno financeiro aos cofres do clube.

O esqueleto daquele time que eliminou o Palmeiras foi mantido. Dedé, Lucas Silva e Arrascaeta viraram titulares por opção de Mano. Outros foram contratados, como Edílson e Egídio, que chegou do próprio Palmeiras. Hoje líder de assistências do Cruzeiro, o lateral desperdiçou um contra-ataque justamente na partida decisiva de 2017. No lance seguinte, Diogo Barbosa, ainda vestindo a camisa celeste, fez o gol de empate e classificou os mineiros. À época, o erro de Egídio causou discussão no vestiário, irritou o técnico Cuca e acabou acelerando sua saída após muito desgaste no alviverde.

Nos últimos dias, o Cruzeiro direcionou seus esforços para garantir a presença de dois importantes jogadores. O primeiro é Dedé, que pegou um voo fretado dos Estados Unidos após servir a seleção brasileira, e vai se encontrar com o grupo a poucas horas do jogo. Outro pilar do time é Arrascaeta. Cortado do amistoso do Uruguai devido a uma lesão muscular, o camisa 10 fez trabalhos intensivos na Toca da Raposa e se recuperou a tempo da primeira semifinal.