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Felipão repete 99 e sonha que "Palmeiras da virada" volte contra o Cruzeiro

Dudu disputa a bola com Arrascaeta durante jogo entre Palmeiras e Cruzeiro - Paulo Whitaker/Reuters
Dudu disputa a bola com Arrascaeta durante jogo entre Palmeiras e Cruzeiro Imagem: Paulo Whitaker/Reuters

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

26/09/2018 04h00

Luiz Felipe Scolari faz o Palmeiras viver seu melhor momento no ano com uma estratégia parecida com a que adotava no seu primeiro ciclo no Alviverde, no fim dos anos 1990. Em meio a uma maratona com folgas de apenas dois dias entre jogos, o treinador não via outra opção a não ser poupar alguns de seus atletas em jogos específicos.

Foi assim que o time se preparou para enfrentar o Cruzeiro a partir das 21h45 desta quarta-feira (26), no Mineirão, pela semifinal da Copa do Brasil. Na ida, os mineiros venceram por 1 a 0. Como não há critério de gol fora, qualquer vitória simples alviverde leva a decisão para os pênaltis.

Se hoje a competição que foi escolhida para ter uma equipe alternativa é o Campeonato Brasileiro, na época, a Copa do Brasil ficou como plano B. Naquela ocasião, a estratégia deu certo até a semifinal, quando o Alviverde acabou eliminado pelo Botafogo, mas a prioridade foi conquistada: a Libertadores.

Jogadores do Palmeiras comemoram gol contra o Botafogo, em goleada por 6 a 0, em jogo de 1999 - João Wainer/Folhapress - João Wainer/Folhapress
Jackson (número 8) e Agnaldo (número 4) eram opções usadas no "Palmeiras B" de 1999
Imagem: João Wainer/Folhapress

Com um elenco menos numeroso em 1999, o treinador só não conseguia repetir o que faz hoje, com o rodízio de todo o time titular. Os nomes que apareciam de forma eventual na competição nacional eram os do zagueiro Agnaldo, do lateral esquerdo Rubens Júnior, do meio-campista Jackson e do atacante Euller.

Alex, Oséas e Paulo Nunes eram os mais poupados, mas também sempre acionados quando o jogo ficava um pouco mais complicado, a exemplo do que acontece atualmente com Moisés, Willian e Dudu. Sem contar com Veloso, titular que estava machucado, o comandante optava por manter Marcos sempre como titular.

Uma música que o palmeirense se acostumou a cantar na época nas arquibancadas e que espera voltar a entoar na partida do Mineirão é o de ser "o time da virada". Na reta final da Copa do Brasil, o Palmeiras já havia saído atrás no placar contra o Vitória, nas oitavas, contra o Flamengo, nas quartas de final, com a épica vitória com gols de Euller nos minutos finais, e também na semifinal contra o Botafogo.

Na Libertadores, o drama foi parecido. O time saiu atrás contra o Vasco nas oitavas de final e conseguiu a virada em pleno São Januário; perdeu a partida de ida para o River Plate por 1 a 0 na semifinal; e foi derrotado na ida para o Deportivo Cali na final.

Marcos comemora título da Libertadores de 1999 - Joel Silva/Folhapress - Joel Silva/Folhapress
Marcos comemora título de 1999
Imagem: Joel Silva/Folhapress

"A gente perdia de 1 a 0 fora de casa e já voltava comemorando porque sabíamos que tínhamos força para virar, especialmente se a gente jogasse no Palestra", relembrou o goleiro Marcos durante um documentário que retratou o título de 1999.

Desta vez, o desafio é fora de casa e coloca frente a frente um time que tem ganhado a fama de carrasco nos últimos anos. O Palmeiras não vence o Cruzeiro desde 2015, justamente pela Copa do Brasil, quando o time liderado por Dudu, Gabriel Jesus e Barrios conseguiu levantar o troféu passando por cima dos mineiros com duas vitórias nas oitavas de final.

De lá para cá, são nove jogos, com quatro vitórias celestes e cinco empates, com direito a eliminação nas quartas de final da Copa do Brasil de 2017. Vale lembrar que os dois times já haviam travado duelos históricos na final da competição, com triunfo mineiro em 1996 e paulista em 1998, este último já com Felipão no comando.

FICHA TÉCNICA
CRUZEIRO X PALMEIRAS

Data
: 26 de setembro de 2018, quarta-feira
Horário: 21h45 (de Brasília)
Local: Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhães (RJ)
Assistentes: Rodrigo Figueiredo Henrique Correa (RJ) e Kleber Lucio Gil (SC)

CRUZEIRO: Fábio, Lucas Romero, Dedé, Léo e Egídio; Henrique, Lucas Silva; Thiago Neves (Rafael Sóbis), Robinho e Rafinha (Arrascaeta); Barcos. Técnico: Mano Menezes.

PALMEIRAS: Weverton, Marcos Rocha, Antônio Carlos, Edu Dracena e Diogo Barbosa; Felipe Melo, Bruno Henrique e Moisés; Willian, Dudu e Borja.
Técnico: Luiz Felipe Scolari