Capitão em sonho sul-americano, Lucho superou crise pessoal no Atlético-PR
Era dezembro de 2017 e, sem a Libertadores pela frente, o Atlético-PR decidiu não renovar o contrato de Lucho González. Jogador de padrão internacional, campeão da Libertadores pelo River Plate, francês pelo Olympique e português pelo Porto, Lucho já ouvia propostas de clubes como o Peñarol e estudava voltar à Argentina, quem sabe para encerrar a carreira no Racing, clube do coração.
Mas um verdadeiro furacão marcou a vida do capitão que sonha em levantar o título da Copa Sul-Americana pelo Atlético nesta temporada. Em uma semana, Lucho foi acusado de tentativa de assassinato pela hoje ex-mulher, Andreia Marques, e ficou sem ver os filhos. Mais: se viu sem o passaporte e sem documentos bancários, desaparecidos com a mulher.
Desempregado e vivendo uma crise pessoal, Lucho foi amparado pelo Atlético-PR. O clube decidiu renovar o contrato com o jogador, que ficou no Brasil. E ainda deu todo o suporte na mudança de casa. Lucho deixou o imóvel para a ex-mulher enquanto o Atlético o recolocou em outro local, evitando desgastes além dos emocionais que ele já havia vivido.
"Hoje o Lucho está com a guarda compartilhada das crianças e consegue conversar com a ex-esposa para fins de dividir o período de convivência com os filhos", conta Conrado Gama, que atua na defesa do jogador ao lado de Camille Wilsek Andrigo, ambos advogados. Lucho e Andreia chegaram a um acordo na hora da separação, mas ainda restam pendências. "Atualmente ainda permanece o processo que discute o valor de alimentos. As demandas que envolviam a guarda e convivência com os filhos foram resolvidas por acordo", explica Gama.
Lucho é visto como um exemplo no CT do Caju. Já comentou publicamente que "os treinamentos no Atlético ajudaram a prolongar a carreira". Foi indicado por Paulo Autuori, hoje no Atlético Nacional de Medellín: "Quando vislumbrei a possibilidade de levá-lo aí, não tive dúvidas. É um jogador que poderia agregar algumas coisas. O pressing (pressão na saída de bola) tá no DNA dele. E isso na altura ajudou muito a melhorar a equipe", comentou, sem deixar de valorizar outra característica: "É uma pessoa com uma humildade muito grande e um coração enorme. Ali dentro do clube todos sabem."
Aos 37 anos, teve o contrato renovado por mais uma temporada antes da decisão. "Se tem algo que eu aprendi, é que a final não se joga. A final se ganha", disse Lucho em discurso ao grupo pouco antes do primeiro jogo contra o Junior Barranquilla (1 a 1). O currículo, que acumula 24 conquistas, entre elas uma Libertadores, inspirou os jovens do elenco, que encontraram em Lucho um jogador que não deitou na fama.
Lucho agora poderá entrar para a história atleticana como o capitão da primeira conquista continental do clube. Neste caso, voltará a jogar uma Libertadores e ainda terá pela frente dois duelos com a outra equipe pela qual ganhou outro título sul-americano, o River Plate. Por lá, Lucho foi campeão da Libertadores em 2015. Como seu ex-time ganhou novamente a principal competição do continente em 2018, o argentino poderá ajudar o Atlético, em caso de título na Sul-Americana a medir forças com o campeão da Libertadores nos jogos pela Recopa, dias 20 de fevereiro e 6 de março.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.