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Espanhol - 2019

Messi se livrou de CR7, mas ganhou outro português para duelar no Espanhol

O atacante André Silva comemora gol do Sevilla sobre o Real Madrid - AP Photo/Miguel Morenatti
O atacante André Silva comemora gol do Sevilla sobre o Real Madrid Imagem: AP Photo/Miguel Morenatti

Thiago Rocha

Do UOL, em São Paulo (SP)

05/10/2018 04h00

Foram nove anos de batalhas épicas e disputas gol a gol por holofotes e títulos, encerradas com a transferência de Cristiano Ronaldo para a Juventus, da Itália. A saída do rival do Real Madrid deixou a impressão de que Lionel Messi brilharia sozinho no Campeonato Espanhol a partir de agora. Neste início de temporada, porém, a realidade é outra, e o craque do Barcelona ganhou mais um português para brigar por protagonismo.

O atacante André Silva, de 22 anos, é um dos responsáveis por colocar o Sevilla entre os líderes de La Liga, na terceira colocação com 13 pontos, um a menos do que Barça e Real. Ex-Porto e Milan, ele é o atual artilheiro do Espanhol, com sete gols em sete rodadas, dois a mais que Messi na tabela de goleadores.

Embora seja mais agressivo ofensivamente, o argentino tem efetividade de 50% nas finalizações a gol neste início de Espanhol (14 acertos em 28 tentativas). André Silva foi mais eficiente até o momento: 17 chutes, 11 deles no alvo, com 65% de acerto. Messi foi o artilheiro das duas últimas edições de La Liga.

Na primeira aparição do meia croata Luka Modric como melhor jogador do mundo, após vencer o prêmio The Best, organizado pela Fifa, o Sevilla aplicou um impiedoso 3 a 0 no Real Madrid atuando em casa. Silva marcou duas vezes, ajudando a implantar uma crise no atual tricampeão da Liga dos Campeões.

Centroavante clássico, André Silva se profissionalizou pelo Porto B em 2013 e ganhou destaque. Na temporada 2015-16, já com o time principal do clube, anotou 21 gols em 44 jogos e, posteriormente, foi convocado à seleção de Portugal. Em pouco tempo, ganhou o rótulo de "substituto" de Cristiano Ronaldo na equipe nacional - marcou 13 gols em 28 aparições com a camisa lusitana.

Monitorado por outros clubes europeus, André Silva foi anunciado como reforço do Milan, em julho de 2017, por 38 milhões de euros (R$ 169,4 milhões na cotação atual), mas caiu de rendimento. Sem confiança no novo clube, amargou a reserva e marcou apenas dois gols no Campeonato Italiano - dez ao todo no período 2017-18.

A chegada do atacante argentino Gonzalo Higuaín ao clube de Milão e a ascensão do jovem Patrick Cutrone, de 20 anos, o deixaria com espaço mais limitado no elenco, e André Silva acabou emprestado ao Sevilla. Apesar de ter apenas 22 anos, o jogador encara a passagem pela Espanha como uma segunda chance na curta carreira.

"Não tenho uma resposta para o que aconteceu no ano passado, mas este ano me sinto bem, com muita vontade, quero vitórias e espero continuar assim", afirmou o atacante à rádio oficial do Sevilla, na última terça-feira (2). "Limite? Não tenho. O que quero é ganhar. Se ganharmos e eu marcar fico contente, mas o mais importante é a equipa", completou o artilheiro do Campeonato Espanhol.

O início de temporada avassalador gerou surpresa no Milan, e até certo arrependimento por não insistir com o jogador, que poderá ficar de vez na Espanha caso o Sevilla exerça o direito de compra ao fim do empréstimo, em junho de 2019 - o valor fixado é de 38 milhões de euros.

"Dói ver esse André Silva pelo Sevilla. É um jogador de grande talento, é jovem e, na minha opinião, faz falta ao Milan. O clube tomou decisões diferentes, mas, se eu mandasse lá, ele teria ficado", lamentou o ex-atacante romeno Florin Raducioiu, que atuou pelo clube italiano na década de 1990, em declarações à RMC  Sport reproduzidas pela imprensa espanhola.

Neste domingo (7), André Silva terá nova chance para ampliar a fase goleadora, já que o Sevilla recebe o Celta de Vigo, com chance até de assumir a liderança do Espanhol. Na rodada seguinte do torneio, virá o tão esperado duelo com Lionel Messi: o jogo contra o Barcelona será em 20 de outubro, no Camp Nou.