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Vídeo reacende polêmica entre Oswaldo e Flu, mas Abel exime amigo e 'culpa' divulgação

Técnico Oswaldo de Oliveira treino o Flu por duas vezes e ainda cobra dívida - Fernando Soutello/Agif
Técnico Oswaldo de Oliveira treino o Flu por duas vezes e ainda cobra dívida Imagem: Fernando Soutello/Agif

Renan Rodrigues

Do UOL, no Rio de Janeiro

05/02/2013 06h02

O vídeo em que o técnico Oswaldo de Oliveira, do Botafogo, chama os jogadores do Fluminense de 'putos' e pede que seus atletas 'metam a mão na cara' dos adversários foi só mais um capítulo de uma relação conflituosa. Apesar de ter comandado duas vezes o time das Laranjeiras - entre 2001 e 2002, e em 2006 -, o treinador ainda briga para receber dívidas antigas do ex-clube. A gravação, publicada no site oficial do Alvinegro, jogou mais lenha na fogueira, mas não deve abalar a boa relação com Abel Braga.

Internamente, dirigentes e membros da comissão técnica do Fluminense ficaram irritados com a divulgação da conversa entre Oswaldo e os jogadores do Botafogo, antes do empate por 1 a 1 entre as equipes, pela terceira rodada da Taça Guanabara.

O técnico Abel Braga, que também ficou chateado, revelou a pessoas próximas que considerou o discurso algo normal de vestiário. A 'bronca' do comandante do Fluminense foi a publicação do vídeo no site oficial. Ele considerou a divulgação desrespeitosa e provocativa aos funcionários e jogadores do time das Laranjeiras.

VEJA O VÍDEO COM A FRASE QUE IRRITOU OS TRICOLORES

O discurso forte de Oswaldo também pode ter sido carregado por mágoas passadas, em especial a saída traumática do clube em 2002. Após ter sido eliminado pelo Brasiliense na Copa do Brasil, o treinador foi chamado para discutir sua saída, não aceitou os termos e considerou que o clube havia rescindido seu contrato. O Fluminense, porém, alegou abandono de emprego, tendo publicado até mesmo um anúncio no jornal. Oswaldo de Oliveira, que ainda por cima tinha salários atrasados, entrou com processo na Justiça e venceu.

Em 2006, quando voltou a dirigir o Fluminense, Oswaldo fez um acordo no valor de R$ 2,8 milhões para tentar receber os débitos antigos, mas entrou na fila e desde então não conseguiu ser pago. Na época, o atual presidente do Fluminense, Peter Siemsen, era vice-presidente de Interesses Legais e autorizou a alegação da defesa de abandono de emprego. Pouco depois, por não concordar com os rumos da diretoria da época, deixou o cargo.

Jogadores minimizam
Apesar de não ter assistido ao vídeo, o meia Wagner minimizou o tom usado por Oswaldo de Oliveira. Na visão do armador do Fluminense, instigar a provocação, desde que não exista agressão ao adversário, é algo aceito na ética do futebol.

"Não vi o vídeo, não tem como comentar, mas eu se fosse treinador e soubesse que um atleta tem estopim curto, tem como tirar ele da partida puxando, provocando, sem ser covarde, creio que é válido. O mais importante é estar vencendo. Já trabalhei com Oswaldo de Oliveira no Cruzeiro e ele é nota mil. É um cara esperto, se você consegue tirar o melhor jogador adversário, tem que usar", comentou.

Já o zagueiro Bolívar, que aparece na gravação discursando aos companheiros antes do jogo, vê a fala de Oswaldo como uma mera tentativa de motivar os jogadores para a sequência da competição e dos clássicos que o time terá pela frente. 

"Foi após o jogo. Cada um tem uma maneria de motivar. Quando se entra no campo, o respeito é grande pois são colegas de profissão. O quesito motivação vem de dentro, passamos tudo que vivemos e que pode instigar nosso companheiro. Falamos essas coisas para motivar nossos companheiros, apenas isso", finalizou o zagueiro.