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"Gigante" reencontra o América. Agora como Jorginho do Vasco

Jorginho iniciou as carreira de jogador e treinador no América, rival desta quinta - Paulo Fernandes / Site oficial do Vasco
Jorginho iniciou as carreira de jogador e treinador no América, rival desta quinta Imagem: Paulo Fernandes / Site oficial do Vasco

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

04/02/2016 06h00

A partida desta quinta-feira, entre América e Vasco, no estádio Edson Passos, às 19h30, pelo Campeonato Estadual, terá um sabor especial para “Gigante”. Era com este apelido que Jorginho era reconhecido na década de 80, quando iniciou sua carreira de jogador no chamado “segundo clube de todo carioca”, de volta à Série A da competição regional após cinco anos.

A alcunha, aliás, foi oriunda de um deboche de seus companheiros da época.

“Gigante porque eu era o menor de todos (risos). O Edu Coimbra (irmão de Zico e seu técnico na ocasião) que mudou para Jorginho”, explicou.

Consagrado como atleta com diversos títulos no currículo, sendo o mais importante a Copa do Mundo de 94, Jorginho por pouco não se profissionalizou, sendo “salvo” por situações inusitadas como atuar de zagueiro e ganhar a posição de lateral após um companheiro não ir ao treino para tirar carteira de motorista.

“Comecei com 13 anos no América. Era pertinho da minha casa. Eles usavam o campo do Nacional, no bairro de Guadalupe. Tinha o sonho de melhorar o nível de vida, de comprar uma casa para minha mãe, algo que consegui concretizar em 84. Em 82, quando subi para os juniores, eu estava na lista de dispensa, fiquei sabendo e a tristeza foi grande. Foi quando chegou o Edu como treinador e disse que queria observar todos. Ele perguntou onde eu jogava e eu disse que jogava de lateral direito, esquerdo e, se ele quisesse, de zagueiro. E minha estreia acabou sendo como zagueiro. Passei para lateral porque o titular foi tirar carteira de motorista numa sexta-feira e eu arrebentei no coletivo. Foi bom que naquela época eu conheci minha esposa e sosseguei o facho”, sorriu.

Curiosamente, foi também no América que, em 2006, ele teve a primeira oportunidade como treinador. Religioso, o treinador sugeriu que o América abandonasse o tradicional diabo em seus produtos e trocasse por uma águia. A ideia, na época, causou polêmica entre os torcedores mais convencionais, embora algumas camisas com a ave tenham sido confeccionadas.

Em campo, porém, Jorginho demonstrou eficiência, fazendo uma belíssima campanha que resultou no vice-campeonato da Taça Guanabara e uma classificação às semifinais da Taça Rio, renovando o orgulho ferido dos americanos.

“Naquele momento a torcida do América voltou ao estádio. Foi um período muito legal e a recordação é maravilhosa”, destacou.

Em seguida, Jorginho tornou-se auxiliar da seleção brasileira de 2006 a 2010 e técnico de Goiás, Figueirense, Kashima Antlers (JAP), Flamengo, Ponte Preta, Al Wasl (EAU), até chegar ao Vasco, no segundo semestre do ano passado.

“Tenho um carinho especial pelo América, mas vai ser meu adversário, somos profissionais e vamos buscar a vitória”, declarou o técnico do Vasco.

AMÉRICA X VASCO
Local:
Edson Passos, Rio de Janeiro (RJ)
Data e hora: 4 de fevereiro de 2016, às 19h30 (horário de Brasília)
Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhães
Auxiliares: Dibert Pedrosa Moisés e Patrícia Silveira de Paiva Retondário da Silva

América
Felipe, Erick, Fábio Braz, Marcão e Marlon; Paulo Henrique, Muniz e Darlan; Renato, Jean e Marcelinho
Técnico: Ricardo Cruz

Vasco
Martín Silva, Madson, Rodrigo e Julio Cesar; Julio dos Santos, Andrezinho, Mateus Pet e Nenê; Jorge Henrique e Riascos
Técnico: Jorginho