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Abel Braga alfineta Ferj, CBF e Justiça por calendário e torcida única

Do UOL, em São Paulo

18/02/2017 18h59

A vitória do Fluminense sobre o Volta Redonda deixou Abel Braga satisfeito neste sábado (18), mas foi só falar em regulamento, calendário e torcida única na entrevista coletiva que o técnico escondeu o sorriso e se mostrou aborrecido. O técnico tricolor alfinetou Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro), CBF e a Justiça em uma única resposta.

“De calendário eu não falo mais, não, sinceramente. Porque todo mundo fala, eu não vou falar mais, não”, começa Abelão. “De repente é hora de falar de regulamento, porque tem alguns que eu não consigo entender…”, dispara o treinador, provavelmente referindo-se ao novo formato do Campeonato Carioca, no qual os campeões da Taça Guanabara e Taça Rio não têm mais vaga garantida na final estadual.

A pergunta tinha a ver com o fato de o Fluminense ter duas partidas marcadas no mesmo dia, 1º de março. A expectativa é que alguma das partidas seja remarcada até lá, mas atualmente o Tricolor tem compromissos contra Sinop, pela Copa do Brasil, e Brasil de Pelotas, pela Primeira Liga. A CBF já se pronunciou sobre o problema de datas e se absteve de responsabilidade pois a Primeira Liga “não faz parte do calendário” da entidade.

Apesar da maratona, Abel Braga comemora a semana reservada a treinos. O Fluminense só volta a campo no final de semana que vem para jogar a semifinal da Taça Guanabara. “Estou feliz, sabe por quê? Vou conseguir trabalhar meu time. Eu tenho treinado sabe como? Mostrando o adversário, dizendo “vamos fazer” e indo para o jogo. Ontem tivemos dez minutos de tático, então fico muito feliz com estes meninos e com a semana para treinos”, afirma o técnico.

Por que torcida única?

O maior assunto no futebol carioca atualmente é a decisão do juiz Guilherme Schiling, do Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos do Rio. Na última sexta-feira (17) ele estabeleceu que os clássicos do estado terão torcida única, a exemplo do que já acontece em São Paulo. O Governo do Estado afirma que vai recorrer, mas a polêmica já tomou conta das entrevistas.

“Não tenho a dizer não, cara. Não…”, lamenta Abel Braga antes de refletir. “Futebol é espetáculo, então você pode ter inúmeras classes num jogo, várias pessoas de religiões diferentes, de níveis financeiros diferentes, de raças diferentes. Então por que uma torcida só? Já ficou provado que, quando eles querem brigar, eles brigam entre eles”, entende o treinador.