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Julgamento de L. Fabiano teve música de Wando e 'limite da zona íntima'

Atacante Luís Fabiano depõe em seu julgamento no TJD-RJ - Bruno Braz / UOL Esporte - Bruno Braz / UOL Esporte
Imagem: Bruno Braz / UOL Esporte

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

04/04/2017 09h50

O julgamento do atacante Luís Fabiano no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-RJ) foi um dos mais movimentados até aqui na temporada. Com um episódio polêmico envolvendo também o árbitro Luís Antônio da Silva Santos, o Índio, no clássico entre Vasco e Flamengo no último dia 26, a sessão teve em seus bastidores algumas situações curiosas, que foram de uma inesperada prova em vídeo da defesa do jogador com uma paródia do cantor Wando a uma citação de um livro em que se destaca os limites da chamada “zona íntima”.

Wando

No início da audiência, a defesa de Luís Fabiano, feita pelo advogado do Vasco Paulo Rubens Máximo, tentou destacar a reação do árbitro após o contato com o atacante - para muitos, considerada exagerada.

Além de manchetes de sites e jornais nacionais e estrangeiros que ironizavam a cena, a defesa transmitiu um vídeo retirado do programa “Redação Sportv” em que a produção, em tom de brincadeira, satirizou a súmula de Índio com uma narração e a melodia de uma música do cantor Wando.

Alguns dos presentes chegaram a rir e o procurador da sessão solicitou que tivessem mais cuidado com materiais jornalísticos de “tom jocoso”.

Súmula da arbitragem do clássico entre Flamengo e Vasco - Divulgação Ferj - Divulgação Ferj
Imagem: Divulgação Ferj

Máximo, por sua vez, endossou uma suposta ridicularização ao qual o Campeonato Carioca passou no Brasil e no mundo com o ato:

“Foi uma atitude hilária, estapafúrdia, uma encenação, um teatro mambembe, alvo de chacota no mundo inteiro. Uma cena lamentável”, declarou o advogado em um trecho de sua defesa.

Já Luís Antônio Silva Santos alegou que a reação foi gerada em função de três fatores: o toque em si, o susto com o ato e a tentativa de se afastar de uma agressão maior.

Zona íntima

Perto do fim da audiência, um dos auditores avaliou o contato feito entre Luís Fabiano e Índio citando o livro “Desvendando os segredos da linguagem corporal” (Allan Pease e Bárbara Peasa – Editora Sextante), em que um dos tópicos classifica como zona íntima” a distância das pessoas entre 15 cm a 45 cm.

Luís Fabiano tenso e apressado

Na maior parte do julgamento Luís Fabiano se mostrou tenso e a todo o momento colocava as mãos na testa. Quando Luis Antônio Silva Santos depôs como testemunha, por diversas vezes o atacante discordou balançando a cabeça e demonstrando insatisfação.

Nos corredores do Tribunal de Justiça Desportiva, somente o meia Andrezinho, que também depôs como testemunha, cumprimentou Índio.

Ao ouvirem o segundo auditor acompanhar a pena do relator, Luís Fabiano e Andrezinho foram embora antes mesmo do fim da sessão.

‘Me senti perseguido’

Durante o depoimento, Luís Fabiano alegou, entre outras coisas, que se sentiu coagido ao longo da partida pelo árbitro:

“Me senti perseguido, porque quando falava com ele, ele falava de forma diferente comigo. Era perseguição. Sem contar a agressividade que falava comigo. Eu, por ser o capitão da minha equipe, podia ter um diálogo que ele não permitia”.

Já Índio disse ter se sentido ofendido moralmente pelo atacante e que costuma chamar os jogadores por nome, apelido popularmente conhecido ou pela expressão “meu filho”.

Suspensão de quatro jogos

Luís Fabiano foi condenado com a suspensão de quatro partidas. Como já cumpriu uma partida, ele desfalcará o Vasco nas semifinais e possível final da Taça Rio e na semifinal do Campeonato Carioca. O Cruzmaltino já informou que entrará com recurso solicitando um efeito suspensivo.