Topo

O dia em que Jhon Cley "colocou água no chope" de Ronaldinho no Maracanã

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

22/04/2017 04h00

A polêmica recente entre Vasco e Fluminense sobre o posicionamento de suas torcidas no Maracanã tem um capítulo para lá de especial. Ele aconteceu em 19 de julho de 2015, dia em que, tal qual Davi e Golias, o pouco conhecido Jhon Cley "colocou água no chope" de ninguém menos que o astro mundial Ronaldinho Gaúcho.

A semana que antecedeu ao clássico foi cercada de trocas de farpas. Eurico Miranda, presidente cruzmaltino, vinha de duas derrotas que feriram seu orgulho para o Fluminense. A primeira, na perda da queda-de-braço pelo setor à direita das cabines de rádio do Maracanã. A segunda, o próprio Ronaldinho Gaúcho, quando havia afirmado anteriormente estar 90% fechado com o craque e, dias depois, o viu vestir a camisa tricolor.

Contrariado, o dirigente propôs um boicote, sugerindo que os vascaínos não comparecessem ao jogo. Foi então que o clube das Laranjeiras preparou toda uma festa para apresentar R10 ao público justamente antes da partida.

Diante de mais de 41 mil pessoas, Ronaldinho discursou, fez promessas, mas não entrou em campo. E foi dentro das quatro linhas que o ambiente mudou.

Já na zona de rebaixamento – iria cair posteriormente naquele mesmo ano – o Vasco não se intimidou e foi para cima. Revelado na base, o jovem Jhon Cley ainda não havia se firmado, e foi justamente naquele dia que sua estrela brilhou: primeiro com a assistência para o gol de Andrezinho, depois emendando um lindo chute de fora da área, digno de Ronaldinho, que deu a vitória ao Cruzmaltino por 2 a 1 (veja os gols acima).

“Tenho uma grande lembrança desse jogo. Foi uma semana muito debatida em relação ao lado das torcidas, mas me lembro bem que o grupo não perdeu o foco da partida. Fizemos uma boa semana de trabalho e estávamos preparados para o clássico. Todos os meus momentos no Vasco foram marcantes, mas esse jogo foi o mais, com uma assistência para o Andrezinho e a felicidade de acertar um chute e poder marcar”, disse Jhon Cley, ao UOL Esporte.

Jhon Cley, com a camisa 7, comemora seu marcante gol diante do Fluminense - Paulo Fernandes / Flickr do Vasco - Paulo Fernandes / Flickr do Vasco
Jhon Cley, com a camisa 7, comemora seu marcante gol diante do Fluminense
Imagem: Paulo Fernandes / Flickr do Vasco

Atualmente, o meia defende o Al-Qadisiyah, da Arábia Saudita, após uma temporada de empréstimo ano passado pelo Goiás. Desde 2010 no Vasco, o jovem de 23 anos não esquece o clube e segue na torcida mesmo de longe.

“Estou aqui na Arábia, mas não deixo de acompanhar o Vasco. Espero que seja novamente campeão carioca e que possa fazer uma bela campanha no Brasileiro”, declarou.