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Sem título, Vasco vê desfalque financeiro e 2018 ameaçado

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

09/04/2018 04h00

O gol sofrido aos 49 minutos do segundo tempo e a posterior derrota nos pênaltis impediram o título carioca do Vasco no último domingo (08), diante do Botafogo, no Maracanã. A situação, que parecia controlada até os minutos finais, se inverteu e causou um enorme sentimento de frustração em time e torcida. E o prejuízo vai além das quatro linhas.

Prioridade na diretoria, a conquista do Campeonato Estadual era a chance de amenizar uma crise financeira e política. Contestado, o presidente Alexandre Campello e seus aliados sabiam que a taça poderia diminuir a insatisfação e o clima conturbado que toma conta do clube desde as eleições do final de 2017.

“Está doendo muito. Queria que a torcida pudesse vibrar. É um momento de recuperação, seria muito importante para o clube. Fomos no nosso limite, mas acabou faltando um pouquinho”, resumiu o técnico Zé Ricardo.

No caixa, o título carioca resolveria parte do incômodo dos jogadores. Sem receber o 13º salário de 2017, as férias do último ano e os vencimentos de março, o elenco ficaria com metade da premiação de R$ 3,5 milhões oferecida pela Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj). Nada feito.

E as projeções para a continuidade da temporada não são das melhores. Sem a verba da conquista e ainda com dificuldades para negociar patrocínio, o Vasco vê os atrasos de salário como uma rotina no ano.

Em campo, a delicada situação na Libertadores e um elenco longe dos melhores para a disputa do Campeonato Brasileiro sinalizam que a briga pelo carioca pode ter sido a única disputa efetiva por uma taça no ano.

“A dor é grande, mas temos que sentir essa dor. Estamos machucados, mas a vida precisa continuar”, resumiu o técnico Zé Ricardo.

E a vida do Vasco continua na próxima quarta-feira, quando o grupo se reapresenta para os treinamentos de olho no Brasileiro – estreia no domingo (15), contra o Atlético-MG.

“Quarta ainda vamos estar machucados, alguns mais, outros menos. Eu tenho que ser o espelho. Vamos assimilar e ver que faz parte do processo de amadurecimento. Vamos batalhar para o próximo capítulo, começar bem no Brasileiro”, finalizou Zé Ricardo.