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Tabu, fases e rixa política. Como o 1º Gre-Nal do ano virou final

Clássico deste domingo na Arena do Grêmio não decidirá título, mas tem clima quente  - LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA
Clássico deste domingo na Arena do Grêmio não decidirá título, mas tem clima quente Imagem: LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

05/03/2016 06h00

Grêmio e Internacional se enfrentarão em jogo que não vale taça, literalmente, mas tem cara de final. O clássico de número 408 da história se transformou nos últimos dias com direito a pitadas dos mais diferentes ingredientes: um tabu de quatro anos, a fase dos times e até a briga política entre Tricolor, Colorado e Federação Gaúcha de Futebol.

O tabu correspondeu ao período do Grêmio sem vitórias nos clássicos válidos pelo Campeonato Gaúcho. A última vez foi em 2012, com Roger Machado como interino, no Beira-Rio. De lá para cá, o Inter venceu seis vezes e aconteceram três empates.

A distância para aquele jogo é tanta que, confirmadas as escalações, somente um jogador que atuou na partida estará na Arena: Muriel. Titular em 2012, ele é reserva de Alisson agora.

Embalado depois de aplicar 4 a 0 na LDU, pela Copa Libertadores, o Grêmio promete usar aquilo que tiver de melhor. Miller Bolaños, egresso do Emelec-EQU, será a grande atração. O Inter, somente com estadual e Primeira Liga, tem a volta de Vitinho como esperança.

"Esse jogo tem um peso dobrado, literalmente é de seis pontos. A gente sabe o peso dele no estadual e na Primeira Liga. E a gente sabe como o clube foi ativo na criação dessa competição", disse Roger. "Eu tenho lido é que há favoritismo e ele não é nosso. Sabemos que é um jogo importante. Que temos responsabilidade de buscar o hexacampeonato. Estamos um ponto atrás", afirmou Argel.

Mas nada esquentou mais o clima do que a política. Primeiro, o Grêmio pediu arbitragem de fora do Rio Grande do Sul – usando a Primeira Liga como argumento. A Federação Gaúcha de Futebol disse não e irritou o Tricolor pelo tom empregado em nota oficial. A rixa entre o clube e a entidade é antiga.

Depois, o Internacional entrou no circuito e disse que a postura do Grêmio é velha e rançosa. Os rivais têm relação totalmente distinta com a FGF e, veladamente, criticam um ao outro por sua proximidade ou distância do órgão. O Grêmio defendeu a Primeira Liga com entusiasmo. O Inter se mostrou favorável às ideias da federação.

No domingo, Grêmio e Internacional jogarão com tudo isso. A partida na Arena do Grêmio vai valer pela oitava rodada do Gauchão e pela fase de grupos da Primeira Liga. Além de todo o resto que transformou o clássico em uma espécie de final.