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Anderson se defende de críticas e discussão com torcida: "Tudo tem limite"

Anderson se defende de cobrança da torcida e protesto em treino do Internacional - Ricardo Duarte/Internacional
Anderson se defende de cobrança da torcida e protesto em treino do Internacional Imagem: Ricardo Duarte/Internacional

Do UOL, em Porto Alegre

01/04/2016 17h53

Anderson se manifestou na tarde desta sexta-feira depois de muito tempo. Enquanto esteve longe dos microfones, o meio-campista foi cobrado pela torcida, discutiu com uma torcedora e foi cobrado. Não se mostrou arrependido e explicou com personalidade a situação. 

"Nunca me importei com a crítica. Eu ouço e fico calado. Pode falar de mim, tudo bem. Mas quando envolve minha família, minha mãe, meus filhos, a coisa fica diferente. Tudo tem limite. Não é porque sou jogador que eu tenho que ouvir tudo e aceitar. Quando passar dos limites, vou responder. Tento não responder de forma feia, mas acabei respondendo feio (a uma torcedora nas redes sociais). Mas tem que ter respeito. Me xinga, me vaia, não me importo. Mas quando envolve minha família, minha mãe que trabalhou muito para eu estar onde estou, fica diferente. Pode me vaiar, vaiam desde que eu cheguei mesmo, e nunca tive problema em nenhum clube", disse. 
 
Anderson foi até alvo de protesto de torcedores. Os aficionados foram a um treinamento com faixas pedindo a saída do jogador, com cifrões no S do nome atleta. 
 
"Isso não me machucou. A história que eu tive em todos os clubes que passei é bonita. Não são todos os torcedores, mas alguns. Quando comecei minha carreira, minha mãe sustentava três filhos com R$ 400 e eu nunca roubei ninguém. Saí de casa com 13 anos e passei muita fome na rua. Trabalhei para ter o que tenho, muita gente que passasse o que eu passei desistiria pelo caminho. Deu um futuro para minha família e se uma pessoa tem um salário maior que a outra é porque trabalhou para isso. Sou muito grato a Deus por tudo", completou o meio-campista. 
 
As cobranças da torcida são, segundo ele, reflexo da história no Grêmio. Cria da base do Tricolor, Anderson foi herói na volta do time para primeira divisão, marcando gol no jogo contra o Náutico na partida conhecida como 'A Batalha dos Aflitos". 
 
"Pela história que tive no Grêmio, eu sabia que isso iria acontecer. Mas o Inter é o clube que me procurou e eu falei para o presidente que queria vir. Ele me deu oportunidade e fiquei feliz. É um clube com uma história muito grande", disse. 
 
Vitório Píffero, presidente do Inter, defende Anderson sempre que possível. E em campo ele tem dado resposta. Foi destaque dos dois últimos compromissos do Colorado. 
 
"Quando vim para o Inter, sabia que a pressão seria grande. Vim de um clube entre os maiores do mundo, que é o Manchester United. Em todo lugar que passei, ganhei muita coisa. Eu sei da qualidade que eu tenho, meus companheiros também sabem. Vim de dois anos de lesões e lesões. Nunca desisti de trabalhar. Estou trabalhando mais e mais. Peço sempre para treinar mais o que eu preciso. Eu sabia que se perdesse dois quilos a mais, as coisas iriam mudar, e mudaram. Sempre trabalho mais e todos sabem o tamanho do Inter. Quero fazer minha história aqui", finalizou.