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Falta ajustar. Cinco pontos que o Inter ainda precisa melhorar no time

Ricardo Duarte/Inter
Imagem: Ricardo Duarte/Inter

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

19/02/2017 04h00

O começo de 2017 não tem sido fácil para o Internacional. Em meio a uma reforma silenciosa no elenco, há também as mudanças promovidas pela comissão técnica. Na receita ainda é preciso acrescentar o dinheiro escasso, um peso emocional gigante pelo rebaixamento e pronto. Está finalizada a receita de um time que ainda não venceu no Gauchão e tem atuações para lá de irregulares.

No Beira-Rio, o Inter já tem uma lista de pontos cruciais para melhora do time. O UOL Esporte mostra alguns dos itens.

Marcação

Paulão, do Inter, e Fred, do Atlético-MG, dividem bola de cabeça em jogo no Beira-Rio - Bruno Cantini/Atlético-MG - Bruno Cantini/Atlético-MG
Imagem: Bruno Cantini/Atlético-MG

Antônio Carlos Zago assumiu um elenco que teve quatro técnicos em 2016 e terminou o ano apenas com fragmentos de uma ideia de jogo aqui e outro acolá. O comportamento padrão do time seguiu a ideia usada por mais tempo, ou seja, empregada por Argel Fucks: marcação individual. Acompanhamento contínuo e intenso do adversário. Agora a proposta é outra e o choque tem sido inevitável e considerável.

“O que eles estão sentindo muito é a gente se posicionar a zona. A nossa marcação é pela zona, posicionamento em relação à bola. E não individualmente. Eles estão encontrando essa dificuldade”, disse Zago à Rádio Gaúcha.

Preparo físico

Charles faz jogada em seu primeiro compromisso no time principal do Inter - Ricardo Duarte/Inter - Ricardo Duarte/Inter
Imagem: Ricardo Duarte/Inter

Com o adiamento da última rodada do Brasileirão, após a tragédia ocorrida com o avião da Chapecoense, a retomada dos trabalhos em 2017 ficou para depois. O início das competições, contudo, não mudou. O resultado foi uma pré-temporada mais curta.

Com menos tempo para trabalhar aspectos fundamentais. A saída foi manter cronograma com atividades físicas mesmo após o começo dos jogos oficiais. O estado físico do Colorado ainda não é considerado definitivo.

Psicológico

Rodrigo Dourado em ação no jogo-treino Inter x Inter de Lages-SC - Ricardo Duarte/Divulgação SCI - Ricardo Duarte/Divulgação SCI
Imagem: Ricardo Duarte/Divulgação SCI

Ainda no ano passado, o Inter tentou de tudo para ajudar o grupo de jogadores na luta contra o rebaixamento. Palestras motivacionais, conversas individuais e coletivas. Não houve saída. A carga emocional envolvida foi pesada demais e ainda está lá. Com a tensão e o psicológico afetados, falta confiança. A tomada de decisão é retardada e a ação não sai como esperado.

Nos primeiros jogos do ano, o cenário foi ainda pior. Com elenco quase idêntico, a torcida e a opinião pública em cima, o erro inevitável passou a ser uma falha letal. Também por este aspecto a diretoria agiu e segue agindo para reformular o elenco. Agregar jogadores com personalidades diferentes e arejar o vestiário.

Ataque

Valdivia conduz a bola do Inter contra o Fluminense - Ricardo Duarte/Inter - Ricardo Duarte/Inter
Imagem: Ricardo Duarte/Inter

O Internacional de 2016 ficará marcado para sempre como o time que foi rebaixado, mas existem nuances que passam batido. O ataque do Colorado, no Brasileirão do ano passado, foi o pior da história do clube em período de 10 temporadas. A defesa, que rende críticas a Paulão e Ernando, esteve entre as oito melhores da competição.

A completa ineficácia ofensiva explica busca por Carlos, William Pottker e Marcelo Cirino. No elenco, ainda estão Diego, Valdívia, Brenner e Nico López. O uruguaio, aliás, foi o reforço mais caro do clube em 2016 e ainda não deslanchou. Com um início de ano dividido entre gols e dores, o atacante é um dos vértices que deixam o ataque ainda em aberto.

Entrosamento

Diego, do Inter, tenta se livrar da marcação do Novo Hamburgo em duelo no Gauchão - Ricardo Duarte/Inter - Ricardo Duarte/Inter
Imagem: Ricardo Duarte/Inter

As mudanças no elenco, apontadas como necessárias para melhorar ataque e o lado psicológico, impactam em outra área. Com 18 negociações, entre idas e vindas, e ainda no mercado o Inter passa por cenários bem atípicos. Reforços contratados estreiam com menos de uma semana, e o entrosamento é afetado.

Ainda atrás de um padrão e modelo de jogo, o Inter admite que as constantes trocas são para procurar encaixes. Estabelecer conexões. E no meio disso, dar entrosamento. A falta dele, agora, é uma das pedras no sapato.

FICHA TÉCNICA
PASSO FUNDO X INTERNACIONAL

Data e hora: 19/02/2017 (domingo), às 17h (Brasília)
Local: estádio Vermelhão da Serra, em Passo Fundo (RS)
Árbitro: Jonathan Pinheiro
Auxiliares: Alduino Mocelin e Michael Stanislau

PASSO FUNDO: Fernando Jr; Sosa, Rodolfo Mól e Gustavo Miranda; Maicon, Jessé, Possebon, Mikael e Xaro; Gênesis e Saldanha
Técnico: Paulo Porto

INTERNACIONAL: Danilo Fernandes; Junio, Ernando, Paulão e Carlinhos; Anselmo, Charles, Diego (Brenner), Seijas e Valdívia; Carlos
Técnico: Antônio Carlos Zago