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Característica e oscilação: por que Nico López não deslancha no Inter

Nico Lopez ainda não deslanchou no Internacional e não é titular absoluto - Jeferson Guareze/AGIF
Nico Lopez ainda não deslanchou no Internacional e não é titular absoluto Imagem: Jeferson Guareze/AGIF

Do UOL, em Porto Alegre

27/03/2017 04h00

Nico López ainda não foi o que a direção do Inter esperava quando investiu valor próximo a R$ 11 milhões por 50% de seus direitos. Alternou momentos bons e ruins, terminando a temporada passada como reserva. Ficou e ainda hoje oscila. Depois de deixar o jogador fora da vitória sobre o São José-RS, no domingo, o técnico Antonio Carlos Zago pondera os motivos para não ter nele figura imprescindível na equipe. 

Nico disputou nove partidas, marcou quatro gols. Viveu bons momentos, conseguiu tramar jogadas importantes e de cara caiu nas graças da torcida. Tanto que ao ver Valdívia em campo neste domingo, os aficionados não titubearam ao chamar o técnico Antonio Carlos de 'burro' e pedir incessantemente pelo uruguaio. Não adiantou. 
 
Zago colocou Eduardo Henrique quando perdeu Charles por lesão. Preferiu Gustavo Ferrareis quando sacou Valdívia e na vaga de Roberson optou por Andrigo. Depois da partida justificou tais câmbios com a necessidade da partida, que se apresentava complicada nos minutos finais precisando de reforço defensivo. Não gostou de ficar fora, tanto que nem participou do aquecimento dos suplentes no intervalo. 
 
"Foi uma questão meramente técnica. Se fosse disciplinar não estaria concentrado, não estaria no banco. O técnico tem o grupo à sua disposição e faz suas escolhas. Entendeu que o melhor time era este, então temos que valorizar os que entram", disse o vice de futebol Roberto Melo. "Me preocuparia se ele gostasse de ficar fora, se estivesse acomodado. É a reação de todo atleta competitivo. Não queremos quem aceite a derrota ou a reserva fácil. Não pode aceitar facilmente e lutar. A insatisfação, dentro da normalidade, faz parte", completou. 
 

Zago alerta para recomposição 

É exatamente a falta de características defensivas que prejudica a permanência de Nico López no time titular do Inter. Antonio Carlos Zago repete sempre que possível em entrevistas coletivas que o gringo não volta para acompanhar o lateral adversário. Por isso já preferiu Carlos na equipe, ou mesmo Roberson, Valdívia e até mesmo Andrigo. O movimento defensivo do qual Nico não faz parte justifica sua ausência como atacante recuado, e a boa fase de Brenner (que marcou mais um gol neste domingo) impede a entrada como centroavante. 
 

Nico precisa ser mais intenso

Quando tem oportunidade em campo, Nico López é pouco intenso quando não está com a bola. O ato de infiltrar, esperar o melhor passe, correr para abrir espaço ao colega. Tudo não ocorre como o esperado. Até mesmo a disposição para atividades além dos jogos, como treinamentos e aquecimentos não é a mesma dos companheiros. Com a bola nos pés, mostra a conhecida qualidade, mas às vezes sobra individualismo. 
 

Oscilação e busca por reconstrução

A inconsistência também acompanha o uruguaio. Nico López faz uma grande partida, na seguinte não vai tão bem. Desta forma é sempre um dos primeiros a acabar deixando a equipe. A busca pelo rendimento linear e a recuperação do futebol demonstrado no Uruguai é a meta da comissão técnica do Inter. 
 
"É um jogador super bem ambientado. Já são oito ou nove meses de Brasil. Ele tem que se soltar cada vez mais, talvez para apresentar o mesmo futebol que apresentava no Nacional. Lá ele fez uma excelente Libertadores e depois daquilo vem oscilando um pouco, até com o que vem acontecendo dentro do Inter. O clube passa por um processo de reconstrução e temos que fazer com que os jogadores façam parte deste processo", disse Antonio Carlos Zago. 
 
Nesta segunda-feira um emissário do empresário de Nico López, Pablo Betancourt, deve se reunir com a direção do Inter. Em pauta, uma proposta de negociação para ele. Segundo o vice de futebol Roberto Melo não há nada apresentado até agora ou qualquer comentário a fazer sobre o tema.