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Rival na semi conhece Inter de perto e diz que é possível sonhar com final

Luiz Carlos Winck é técnico do Caxias e tem passado ligado ao Internacional - Marcelo Campos/ MS+ Sports
Luiz Carlos Winck é técnico do Caxias e tem passado ligado ao Internacional Imagem: Marcelo Campos/ MS+ Sports

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

14/04/2017 04h00

Com 447 jogos em sua história, Luiz Carlos Winck é o quarto jogador que mais atuou com a camisa do Inter. Hoje técnico do Caxias, adversário na semifinal que começa no sábado, o ex-lateral direito admite conhecer de perto o oponente. E mesmo relatando sentimento especial com o Colorado, diz acreditar em uma final. 

"O futebol está muito nivelado", disse explicando as razões para crer em recolocar o Caxias em uma decisão de Gauchão. Foi o time grená o último campeão gaúcho fora da capital. Em 2000, o time da Serra Gaúcha venceu o Grêmio sob comando de Tite. 
 
"Eu agradeço ao Inter. A maioria das coisas que tenho na vida devo ao clube. Profissionalmente me projetou muito. Sou grato, tenho amor pelo clube, pela torcida, pela instituição. Mas hoje visto a camisa do Caxias e vou defender essas cores", completou. 
 
Em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, Winck falou sobre seu trabalho e a expectativa de parar D'Alessandro e companhia no Beira-Rio. 
 
UOL: Você conhece o Internacional de perto, foi um dos jogadores com maior número de partidas na história do clube. Hoje encara o Inter em uma decisão. Pode tirar vantagem disso? 
Winck: Conheço muito bem o clube, acompanho o Inter e a reformulação pela qual passa. Isso ajuda, sim. Mas é um grande clube, que vem numa crescente normal. Vem se ajustando a equipe, jogo a jogo. Foi muito bem contra o Corinthians, fez um jogo de domínio, será muito difícil para nós. Mas temos de jogar como se fosse uma decisão de Copa do Mundo. São dois jogos que valem muito para a gente. Para o Inter, seria apenas mais uma final do Gauchão. Para o Caxias, não. É fazer história. 
 
UOL: O segredo para conseguir um bom resultado seria se defender? 
Winck: Não. Temos de pensar bem essa questão. Ir para o Beira-Rio só para se defender não tem graça. Se o Inter jogar a partida inteira no nosso campo, uma hora ou outra vamos sofrer. Queremos fazer um jogo bem equilibrado, bem pensado, para conseguir um bom resultado. 
 
UOL: É possível sonhar com a vaga? 
Winck: Eu faço meus atletas acreditarem que mesmo com uma diferença muito grande na parte financeira é possível, sim. Os jogos se definem nas quatro linhas. A diferença entre um atleta do Caxias para o Inter é a oportunidade. O futebol está muito nivelado. Claro que o Inter tem referências técnicas como o D'Alessandro, que é um jogador que decide qualquer partida. Mas no geral, é possível, sim. 
 
UOL: Vai fazer marcação especial no D'Alessandro? 
Winck: Nossa marcação é por zona. O que eu vou fazer é diminuir o espaço dele onde quer que esteja, mas não posso perder um jogador só para marcar o D'Alessandro. Até porque em um drible ele poderia tirar nosso jogador da jogada. 
 
UOL: O Caxias é um clube grande no Estado e veio da Série B. Como foi a reconstrução do clube e qual peso das três vitórias sobre o Juventude (ocorridas no Gauchão) nisso? 
Winck: O Caxias deve muito à direção atual do clube. É um grupo gestor, cada um na sua área e que muitas vezes tiram do bolso para pagar as dívidas do clube. Recuperaram o passivo do Caxias, e ainda no futebol também. A importância dos clássicos também é grande. Na história do clube, acho que nunca teve três vitórias seguidas sobre o tradicional rival no Gauchão. A expectativa era grande, porque o Juventude é um time de Série B, e nós nem vaga garantida em Série tínhamos. As vitórias foram as mais importantes até o momento. 
 
UOL: Sua ligação com o Inter também se dá com Claudio (Winck, sobrinho de Luís Carlos). Por que você acha que ele não tem oportunidade? 
Winck: O Claudio fez três jogos pela Segundona com o Sub-23. É um lateral goleador, passou por lesões no início da carreira, como eu também passei. Precisa apenas de mais oportunidades, de acreditarem nele. É só o que necessita. Já fez mais de 50 jogos pelo Inter, faz muitos gols, é um lateral goleador. Marcou em Gre-Nal de Campeonato Brasileiro. Não tem mais o que mostrar, é questão de oportunidade e daí depende do Internacional, não de mim. Eu respeito a direção do Inter, o comando técnico, mas eu digo para o Claudio estar pronto, que uma hora a chance vai aparecer.