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Provocador, polêmico e falastrão: Quem é a arma do Caxias contra o Inter

Wagner, atacante do Caxias, é a principal arma contra o Internacional neste sábado - Divulgação/SER Caxias
Wagner, atacante do Caxias, é a principal arma contra o Internacional neste sábado Imagem: Divulgação/SER Caxias

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

15/04/2017 04h00

Meia-atacante goleador, bom tecnicamente e peça fundamental do time. Este é Wagner, do Caxias, visto de longe. Só que um pouco mais de perto o atleta de 25 anos leva outros adjetivos. É provocador, presente frequentemente em polêmicas e falastrão. A principal arma do adversário colorado requer trabalho de treinadores e já rodou o Brasil. 

Natural de uma família muito pobre em Eldorado do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre, Wagner começou carreira em times de várzea. Não teve categorias de base e demorou para se libertar do futebol amador.. Rodou por clubes do interior até chegar ao Cruzeiro-RS em 2014, onde brilhou pela primeira vez, despontou para o futebol nacional e ganhou oportunidades em Chapecoense, Goiás e Santa Cruz-PE. 
E pelos clubes onde atuou, sempre acabou marcado por declarações e atitudes polêmicas que montam um jogador como o futebol moderno praticamente não produz mais. Com ele, o Caxias espera surpreender o Inter neste sábado às 19h (de Brasília), no Beira-Rio, em jogo de ida da semifinal do Gaúcho. 

Apreço pela várzea e estilo boleiro

A várzea saiu de Wagner em meados de 2012, mas ele não saiu de lá. Tanto que quanto atuou no Tupi-RS e no Três Passos, alternava treinamentos com retornos à várzea, onde jogava nas horas vagas para completar o baixo salário. Ao fazer o mesmo no São José-RS, em uma rápida passagem em 2013, acabou deixando o clube em dúvida sobre sua permanência, que acabou não acontecendo ao fim daquele ano. 
Quem conhece Wagner o define como um jogador 'estilo boleiro'. Não é aquele que chega primeiro aos treinamentos ou o último a deixar o campo. Não é o mais empenhado em trabalhos físicos ou o mais responsável taticamente. Deposita sua confiança na capacidade técnica e, talvez, se desse mais valor a outras coisas poderia estar em um grande clube do cenário nacional. 

Suposta provocação sobre uso de drogas

Wagner faz gesto com a mão no nariz para Robston - Reprodução/TV Anhanguera - Reprodução/TV Anhanguera
Imagem: Reprodução/TV Anhanguera
Em 2016, quando defendia o Goiás, Wagner se envolveu em uma polêmica no clássico contra o Vila Nova. Ao passar pelo volante Robston, capitão do adversário, fez sinais com as mãos no nariz numa suposta alusão à suspensão que Robston havia sofrido por conta do uso de cocaína (ele ficou um ano afastado dos gramados pelo STJD).
Revoltado, o rival respondeu nos dias que sucederam o jogo. "Foi um fato lamentável de um cara vagabundo e sem vergonha, que além de me atingir, também atingiu minha família. Meu filho chegou para mim chorando porque alguns colegas de escola estão fazendo bullying com ele, Foi um ato de covardia, eu estou indignado e pode ter certeza que isso não vai ficar assim, vai ter volta. Se minha família continuar sofrendo, a dele também vai e eu estou falando a verdade", disse. 
O Vila prometeu entrar na Justiça contra ele e o Goiás, mas o caso acabou não gerando outra repercussão. 

"Me chamou de bandido"

No jogo contra o Internacional, pelo primeiro turno do Gauchão, Wagner se envolveu em uma discussão com o meia D'Alessandro. Depois do jogo, soltou o verbo contra o colorado. Alegou que D 'Ale 'o chamou de bandido' e disse que jamais tinha perdido uma partida para ele. 

Wagner, do Caxias, crava bandeira no gramado do estádio do Juventude - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

Clássico que 'não tem mais graça'

Clássicos são a especialidade de Wagner. Pelo Caxias, nas quartas de final do Gauchão, após a vitória contra o Juventude no estádio Alfredo Jaconi, pegou uma bandeira do Caxias e cravou no centro do gramado da casa alviverde. A atitude gerou revolta e acabou com briga nos vestiários. 
Em seguida, com novo triunfo do time grená no jogo de volta, Wagner disparou. "Clássico para nós é contra o Brasil de Farroupilha (time da região da serra que disputa a segunda divisão gaúcha). Contra o Juventude não tem mais graça", disse. 
"Ele tem uma personalidade forte. Eu levo sempre na risca. Comigo ele sabe que não abro mão da disciplina, imponho limites. Dentro de campo ele é importante em jogos decisivos porque mexe com o adversário na questão psicológica. É importantíssimo para nós", salientou o técnico Luiz Carlos Winck. 
INTERNACIONAL X CAXIAS
Data e hora: 15/04/2017 (Sábado), às 19h (Brasília)
Local: estádio Beira-Rio, em Porto Alegre (RS)
Transmissão na TV: PPV
Árbitro: Roger Goulart
Auxiliares: Rafael da Silva Alves e Lúcio Flor
INTERNACIONAL: Marcelo Lomba; William, Léo Ortiz, Victor Cuesta e Carlinhos; Rodrigo Dourado, Edenílson, Uendel e D'Alessandro; Nico López e Brenner. 
Técnico: Antonio Carlos Zago
CAXIAS: Marcelo Pitol; Gian, Edson Borges, Geninho e Juliano Tatto; Marabá, Elyeser, Wagner e Reis; Julio César e Gilmar. 
Técnico: Luiz Carlos Winck