Folha salarial de rival na final do Gauchão não paga nem reserva do Inter
Há um abismo entre Internacional e Novo Hamburgo. O time da região metropolitana tem a melhor campanha no Gauchão, decide a final como mandante e venceu e empatou os dois confrontos entre eles, ambos no Beira-Rio. Só que a diferença entre os rivais é gigantesca, principalmente em relação aos gastos. A folha mensal do time anilado não paga nem mesmo os vencimentos de um reserva do time vermelho.
Entre os clubes com as menores folhas do Campeonato Gaúcho, o Novo Hamburgo gasta R$ 150 mil com todo o futebol, contando elenco e comissão técnica. Contou cada centavo durante o campeonato e chegou a atrasar algumas premiações, pagas em seguida.
A dificuldade é tanta que a direção lamentou perder o prêmio de campeão do interior. Por culpa do regulamento, como chegou à final, a equipe deixou de receber o único prêmio em dinheiro da competição, uma recompensa de patrocinadores ao melhor dos clubes menores. Os R$ 200 mil ficaram para o Caxias, porque segundo as regras da competição chegar à decisão tira o "título do interior" da equipe em questão.
Entre os titulares do Inter, R$ 150 mil não paga o salário de praticamente nenhum jogador. Há reservas que ganham mais do que isso, como Seijas, Felipe Gutiérrez, Valdívia e Eduardo Sasha. Todos ganham, por mês, mais do que todo o time do Novo Hamburgo.
O abismo fica ainda mais evidente quando se compara as folhas absolutas. O Internacional tem gasto mensal com o futebol superior a R$ 7 milhões. Para formar uma folha do Inter precisariam de 47 'Novo Hamburgos'.
"A gente sabe que quando há um investimento maior, a qualidade é maior. Só se errar muito para isso não acontecer. Eu vejo que nossos atletas sabem disso. Da oportunidade, da estratégia que escolhemos na competição. Eles comparam a ideia e isso fez com que chegássemos onde estamos. Não vejo pelo lado do dinheiro, mas de um grupo que está sabendo que é o momento de buscarmos isso. Acreditaram e não perderam o foco com o tempo. Nossos jogadores estão badalados, sondados por outros clubes, mas em nenhum momento deixaram de pensar no nosso objetivo. Vitória ou não, faz parte do futebol, mas é importante sempre estarmos atentos, sabermos 'sofrer os jogos', e jogar com a bola, como temos feito. O dinheiro não é o que mais pesa", disse o técnico do Novo Hamburgo, Beto Campos.
Em campo foi exatamente isso. Inter e Novo Hamburgo empataram o jogo de ida da final em 2 a 2 no Beira-Rio. Com isso, e sem saldo qualificado na final, quem vencer o compromisso de volta leva a taça. Em caso de novo empate, os pênaltis decidirão o campeão gaúcho de 2017. O que custa R$ 150 mil por mês, ou R$ 7 milhões.
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