Demitido em 2017, Zago revê Inter e diz: "Teria sido campeão da Série B"
Foram apenas três jogos, mas o suficiente para encher Antonio Carlos Zago de esperança. Depois de participar da reconstrução inicial do Inter, ele acabou demitido após três rodadas da Série B do ano passado. Perdeu o Gauchão para o Novo Hamburgo e em seguida foi substituído por Guto Ferreira. Ao enfrentar o time pela primeira vez após o ocorrido, o treinador acredita que poderia ter sido ele a levar o Colorado de volta à elite.
Nesta quinta-feira (15), Antonio Carlos comanda o Juventude contra o Internacional às 19h15 (de Brasília), no Beira-Rio. Será a primeira vez como adversário depois da passagem por Porto Alegre, da qual ele traz boas lembranças.
"Será uma emoção diferente, a primeira vez que vou jogar contra o Inter depois de sair do clube. É um gostinho diferente reencontrar os torcedores, mas agora estou do outro lado e tentando fazer o melhor para o Juventude", disse ao UOL Esporte. "Guardo a amizade de todos, principalmente da comissão técnica que agora comanda o Inter. O Odair (Hellmann), o Maurício (Dulac), um bom relacionamento com a diretoria, o presidente, pessoas que se comportaram muito bem comigo, como profissionais e na vida pessoal também", completou citando o atual técnico vermelho e o analista de desempenho que eram seus auxiliares no ano passado.
Foi Odair quem consolidou o retorno do Inter à Série A. A confirmação veio apenas na partida contra o Oeste, na antepenúltima rodada, um empate em 0 a 0. Foram duas demissões na trajetória, primeiro Zago, depois Guto Ferreira. E tudo poderia ter sido diferente, na avaliação do treinador.
"Eu acredito que se o trabalho fosse mantido, talvez conquistássemos o título. Os jogadores estavam se acostumando com trabalho, se entrosando no dia a dia do Inter. Tínhamos um entrosamento muito bom na comissão técnica, com os jogadores fora de campo. Não é de uma hora para outra que se reformula um time", disse. "É lógico que acredito que comigo, o Inter teria subido tranquilamente, teria sido até campeão da Série B. Que não é algo de grande importância para o torcedor, mas para um profissional como eu, certamente seria muito importante", completou.
Faltou paciência, na avaliação de Zago. Combinado com a perda do Estadual, o começo oscilante na competição fez ruir o projeto. A direção alegou incompatibilidade com o trabalho realizado e rescindiu o vínculo do treinador. Uma vitória por 3 a 0 sobre o Londrina, um empate em casa com ABC-RN e uma derrota para o Paysandu sacaram sua esperança de reconduzir o Inter à elite.
"Se você perguntar para qualquer torcedor, ninguém queria o título da Série B. O Inter é acostumado com coisas muito maiores. Mas a torcida faz pressão em cima de resultados. Talvez eu tenha ficado marcado por não ter conquistado o Gauchão. Mas quando cheguei no início do ano, davam o Grêmio como campeão do Gauchão. Trabalhamos, reformulamos o time, e conversamos desde o início sobre jogadores que chegaram até neste ano. E depois da minha demissão. Moledo eu tinha pedido pra direção, o Damião também, o Camilo... Eu sempre gostei de jogar com centroavante de referência, e não tínhamos isso no grupo. Mas faz parte do planejamento. Era importante voltar, subir era o mais importante", completou.
"O elenco estava totalmente desacreditado pelo que tinha acontecido no ano anterior. Eu fiz o trabalho mais difícil, que é reformular um grande clube. Como fiz no Corinthians como diretor. O Corinthians não entrou nem entre os quatro do Paulista em 2008. Mas teve paciência, subiu com pé nas costas, conquistou títulos em seguida. O Inter foi assim. O time vinha tomando cara, o grupo vinha encaixando, os jogadores compraram a ideia. Mas a direção, talvez por pressão dos conselheiros, da torcida, da imprensa, não teve paciência. Mas foi um trabalho bem feito, contribui bastante para o Inter voltar", acrescentou.
Agora a realidade é o Juventude, que atualmente é oitavo colocado no Gauchão. Depois de levar o Fortaleza à Série B, Zago retornou 'para casa'.
"Considero o Juventude minha casa, Caxias minha cidade, me adaptei muito bem ao Estado, são três ou quatro anos aqui, sou descendente de italiano, me sindo muito bem. O Juventude não teve um começo tão bom, iniciamos a preparação depois, aconteceu como no Inter, chegaram três jogadores em dezembro, quatro em janeiro, mais três agora. Mas começamos a crescer dentro do campeonato e estamos apresentando uma melhora importante. Espero conseguir a classificação", finalizou.
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