Goiás registra 9 mortes de torcedores em um ano; extinção de torcidas emperra na Justiça

Bruno Thadeu

Do UOL, em São Paulo

O assassinato do torcedor do Goiás, Diego Rodrigo de Jesus, ocorrido no sábado em Goiânia, ampliou a escalada da violência entre torcidas no Estado. De acordo com dados do Deic (Departamento de Investigações sobre Crime Organizado), foi a 9ª morte envolvendo torcedor nesta briga entre uniformizadas do Vila Nova e Goiás no intervalo de um ano.

Diego Rodrigo de Jesus foi assassinado em área nobre de Goiânia. O jogo entre as duas equipes aconteceu no domingo, um dia depois da morte. Diego falava ao telefone quando foi alvejado. Nove pessoas foram presas acusadas de participar do crime, sendo dois menores. Sete permanecem presos. Os outros dois menores foram liberados no domingo.

Responsável pela investigação dos conflitos e mortes de torcedores em Goiás, o delegado do Deic, Marco Antônio Morbeck, entregou relatório à Justiça no ano passado apresentando os supostos envolvidos e os motivos que levam a praticar crimes. O assunto, entretanto, segue parado no Ministério Público. São três torcidas citadas: Sangue Colorado e Esquadrão Vila Novense (ambas ligadas ao Vila Nova) e Força Jovem (Goiás).

Briga com torcedores em todo mundo
Briga com torcedores em todo mundo

"Sugeri ao juiz que enviasse o procedimento ao MP para que seja solicitada a extinção das três torcidas. Mas creio que o caso não foi levado adiante pelo MP. A extinção das torcidas também não significa que a violência acabará", disse Morbeck ao UOL Esporte.

A investigação do Deic sobre a violência entre torcidas resultou no indiciamento dos diretores das três torcidas. Nas apreensões feitas pela Polícia Civil nas sedes das torcidas, foram recolhidas drogas, entre elas maconha e cocaína.

A morte de Diego Jesus, 23 anos, foi motivada por vingança das uniformizadas do Vila Nova. Nos outros oito assassinatos, quatro eram do Goiás e outros quatro do Vila.

"Morre um de um lado e outro acaba sendo morto por vingança. Assim segue", resumiu Cleber Toledo, delegado adjunto da Delegacia Estadual de Investigações de Homicídio de Goiás.

Nos outros oito casos anteriores de assassinato entre torcidas, apenas uma pessoa está detida. Ricardo de Araújo Teixeira foi preso por homicídio qualificado ao matar Pamella Valpato, 17 anos. Ele vai a júri popular.

Pamella foi atingida acidentalmente. O alvo era o namorado dela, Wallison Teixeira, integrante da Força Jovem, do Goiás. Wallison é acusado de matar um integrante da Sangue Colorado.

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