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Por que uma vila espanhola de 6 mil pessoas é louca pelo Campeonato Inglês

Oriol Romeu é um dos cidadãos ilustres da pequena Ulldecona - Christof Koepsel/Getty Images
Oriol Romeu é um dos cidadãos ilustres da pequena Ulldecona Imagem: Christof Koepsel/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

07/10/2016 06h00

O Campeonato Inglês é famoso ao redor do mundo e atrai torcedores nos países mais distantes. Em uma pequena vila espanhola, no entanto, a loucura pela competição é ainda maior. Dependendo do jogo, boa parte da população faz questão de assistir. E a razão para isso é que a cidade de 6 mil pessoas no leste da Espanha conseguiu emplacar dois jogadores na elite inglesa.

Oriel Romeu, ex-Chelsea e atualmente no Southampton, e Aleix García, do Manchester City, são verdadeiros heróis para Ulldecona, a vila situada no nordeste da Espanha. No seleto Campeonato Inglês, eles representam o orgulho de uma pequena população. Presume-se que Ulldecona seja a única cidade espanhola com menos de 200 mil habitantes a ter dois representantes na "Premier League".

"Nós nos sentimos muito queridos e sentimos o apoio da cidade mesmo à distância. Também somos muito respeitados quando estamos lá. Temos muito orgulho do nosso povo", diz Oriel Romeu, 25 anos, fazendo as vezes de embaixador da cidade. Ele já defendeu times como Chelsea, Valencia e Stuttgart.

Aleix García é mais novo, tem 19 anos, e depois de crescer no Villarreal foi contratado pelo Manchester City. Agora, Ulldecona espera e torce por uma data histórica para a cidade: a rodada do dia 23 de outubro, quando Southampton e City se enfrentarão. É a chance de a dupla da cidade medir forças.

“Acho que vão apostar em um empate, assim todo mundo fica contente. Mas uma coisa é certa: os bares da praça estarão cheios, com todo mundo pendurado nas televisões”, projetou Romeu.

Seis anos mais velho, Romeu não jogou com García nos tempos de colégio, mas lembra do garoto loiro que chamava a atenção de todo mundo desde cedo. “Eu tinha 14 anos e estava na base do Barcelona quando me chamaram para ver um menino loiro. Ele tinha algo diferente, pensava à frente dos demais. Era muito bom”.

Embora estejam morando a mais 300 km de distância na Inglaterra, os dois se ajudam como podem, como se fossem da mesma família. Os pais, por coincidência, são amigos há muito tempo. Essa, sim, uma coincidência fácil de acontecer em uma vila de 6 mil pessoas.