Trauma de 2008 atormenta Joel às vésperas de decisão do Fla na Libertadores
O sentimento de vergonha por uma eliminação do Flamengo na Copa Libertadores não é novidade para Joel Santana. Protagonista de um dos maiores vexames do time na história da competição - em 2008, quando perdeu por 3 a 0 para o América-MEX em pleno Maracanã, em seu jogo de despedida, e deu adeus ao torneio -, o treinador não esconde o trauma às vésperas da partida decisiva da próxima quinta, contra o Lanús-ARG, às 19h30, no Engenhão.
RELEMBRE A TRAUMÁTICA ELIMINAÇÃO
Após uma vitória por 4 a 2 sobre o América no México e a conquista do Carioca no fim de semana anterior à partida, o Flamengo criou um verdadeiro cenário de festa para o jogo de volta das oitavas de final da Libertadores no Rio de Janeiro. O duelo ainda marcava a despedida de Joel Santana, que estava de malas prontas para assumir a seleção da África do Sul. A euforia, no entanto, deu lugar ao drama em 90 minutos. Desconcentrado, o time rubro-negro viu os mexicanos, comandados pelo paraguaio Cabañas, construírem uma vitória por 3 a 0 e decretar uma histórica eliminação no Maracanã
Ainda que evite comentar o assunto, o comandante rubro-negro mostra todo o seu receio ao lembrar do jogo e cogitar uma repetição do cenário na edição deste ano da Libertadores.
"Falo sobre qualquer coisa, menos a respeito desse maldito jogo. Por favor, me respeitem. Não gosto de lembrar disso. Um dia, com calma, quem sabe, posso até falar. Mas não abro a boca sobre isso neste momento", disse Joel Santana, em entrevista recente, mostrando que a ferida ainda está aberta.
E o desespero do técnico do Flamengo é ainda maior ao lembrar que chegou ao clube no começo de fevereiro, antes da fase de grupos da competição, com a missão de levar o time ao então sonhado bicampeonato da Libertadores. Internamente, longe de cumprir tal objetivo, o treinador sabe que está com os dias contados no rubro-negro.
Ainda que evitem citar o nome de treinador e buscar culpados para a delicada situação que pode culminar em mais uma crise no clube, os jogadores dão a exata noção do desespero para a partida desta quinta-feira.
"Não adianta fugir da realidade. Estamos entre o céu e o inferno e sabemos disso. E tudo fica ainda mais complicado porque não dependemos apenas de nós. Mas temos que ter maturidade e reconhecer que nós provocamos isso. O jeito agora é tentar pelo menos uma vitória para sair com a cabeça erguida", analisou o atacante Deivid, sugerindo uma maneira de minimizar os estragos pela iminente eliminação.
Além de vencer o Lanús, o Flamengo precisa torcer por um empate entre Olimpia-PAR e Emelec-EQU. Em último lugar no grupo 2 da competição sul-americana, o rubro-negro tem apenas cinco pontos em cinco jogos e corre um enorme risco de ser o único dos seis times brasileiros a não classificar para a fase final da Libertadores.
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