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Libertadores - 2019

Boca Juniors muda postura, treina ao som de cúmbia e em ritmo de "já ganhou"

Pablo Mouche manda beijos para a torcida do Boca Juniors marcar o gol contra o Flu na Bombonera - Juan Mabromata/AFP
Pablo Mouche manda beijos para a torcida do Boca Juniors marcar o gol contra o Flu na Bombonera Imagem: Juan Mabromata/AFP

Caio Barbosa

Do UOL, no Rio de Janeiro

23/05/2012 11h06

A delegação do Boca Juniors está de volta ao Brasil após a passagem vencedora em abril, ainda  pela fase de grupos da Libertadores, quando a equipe derrotou o Fluminense no Engenhão por 2 a 0. O ambiente desta vez, depois daquela vitória e da conquistada na última quinta-feira, na Bombonera, por 1 a 0, é da mais absoluta confiança em uma terceira vitória seguida e no retorno a Buenos Aires com a classificação para as semifinais na bagagem.

Em abril, com o time ainda brigando pela classificação às oitavas de final, o clima era de seriedade e imprensa teve total liberdade para entrevistar todos os jogadores e o técnico Julio Cesar Falcioni na atividade que antecedeu à partida no Engenhão. Nesta terça-feira, o comportamento foi bem diferente. Os jornalistas ficaram restritos a uma área afastada e os jogadores não se dispuseram a dar entrevistas, recusando ora com um sorriso debochado, ora com ignorando a presença dos repórteres.

Em campo, o treino foi uma grande brincadeira comandada aos palavrões pelo zagueiro Schiavi e ao som da cúmbia do grupo Los Palmeras, como El Bombon Asesino (O Bumbum Assassino), que tocava em um aparelho de som trazido pelos jogadores e que em nada fica a dever aos funks, axés e sertanejos universitários e suas letras com conotação sexual que tanto agradam aos jogadores brasileiros.

O ritmo da cúmbia expunha o clima de “já ganhou”. No fim do rachão, os jogadores sequer treinaram pênaltis e ficaram esparramados pelo gramado em rodinhas de cinco ou seis atletas, contando piadas e gargalhando como se o jogo contra o Fluminense fosse um mero detalhe, uma obrigação formal para seguir adiante na competição. A impressão de soberba se confirmou no fim da atividade, quando o lateral Clemente Rodriguez concedeu entrevista coletiva, mas virou de costas e saiu na primeira pergunta de um jornalista brasileira.

O mais importante, no entanto, ela já havia dito. Perguntado por um repórter argentino se estava contrariado por não ter sido convocado para a seleção argentina, o jogador, que completará 62 partidas pelo Boca na Libertadores, abriu um sorriso e resumiu o clima que reina.

“A gente sempre aguarda o nome na lista, mas estamos aqui no Brasil, pela Libertadores, e vamos desfrutar um pouquinho disso. Vamos partir para cima do Fluminense e não deixá-los jogar. Chegou a hora de aproveitar a competição, de curtir, desfrutar”, disse o lateral.