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Libertadores - 2019

Corinthians decreta luto oficial de sete dias por morte de torcedor boliviano

Policia procura o torcedor que lançou o sinalizador e atingir o jovem que acabou morto - AP Photo/Juan Karita
Policia procura o torcedor que lançou o sinalizador e atingir o jovem que acabou morto Imagem: AP Photo/Juan Karita

Do UOL, em São Paulo

21/02/2013 11h43

O Corinthians se manifestou na manhã desta quinta-feira sobre a morte do jovem torcedor Kevin Beltrán Espada, de apenas 14 anos. Em nota oficial assinada pelo presidente corintiano Mario Gobbi, o clube decretou sete dias de luto pelo incidente.

“Sensibilizado, consternado e solidário com os familiares e amigos do torcedor Kevin Beltrán Espada face ao seu falecimento ocorrido na partida de ontem frente ao San José, na cidade de Oruro, na Bolívia, o Sport Club Corinthians Paulista decreta luto oficial de sete dias, devendo sua equipe atuar nos jogos contra Bragantino e Millonarios (COL) com tarja preta nos braços, em sinal de extremo respeito pela perda irreparável”, divulgou o clube.

VEJA O MOMENTO DO LANÇAMENTO DO SINALIZADOR

Segundo a polícia boliviana, Kevin morreu após ser atingido por um sinalizador lançado da torcida do Corinthians. Após a partida, 12 torcedores brasileiros foram detidos e serão interrogados ainda nesta quinta-feira.

O Tribunal de Disciplina e Câmera de Apelações será o responsável por definir as penas dos dois clubes, desde perda de mando de campo até exclusão do torneio. A Conmebol, no entanto, ainda não se manifestou oficialmente sobre o assunto. 

Veja abaixo os nomes dos 12 brasileiros detidos na Bolívia. A lista foi divulgada pela polícia boliviana:

Leandro Silva de Oliveira, de 21 anos
Tadeu Macedo Andrade, de 30 anos
Reinaldo Coelho, de 35 anos
José Carlos da Silva Junior, de 20 anos
Marco Aurélio Nefeire, de 31 anos
Daniel Silva de Oliveira, de 27 anos
Hugo Nonato, de 27 anos
Clever Souza Clous, de 21 anos
Cleuter Barreto Barros, de 24 anos
Fábio Neves Domingos, de 32 anos
Rafael Machado Castilho Araújo, de 18 anos
Tiago Aurélio dos Santos Ferreira, de 27 anos

BANDEIRA A MEIO-MASTRO NO CT

De luto, o Corinthians colocou a bandeira do clube e também a do Brasil a meio-mastro no CT Joaquim Grava, em São Paulo, nesta quinta-feira. A equipe alvinegra pode ser punido pela morte do torcedor boliviano, mas dificilmente será excluída da Copa Libertadores de 2013, segundo dirigentes da Conmebol.

CORINTHIANS EM LUTO PELA MORTE

  • Paulo Passos/UOL

    Equipe colocou bandeira a meio-mastro em seu CT

A punição aplicada aos envolvidos no episódio que resultou na morte do torcedor boliviano será decidida por um tribunal de disciplina da entidade após analisar o que foi relatado pelo delegado da partida. A confederação criou o Tribunal de Disciplina e Câmera de Apelações este ano para resolver questões de disciplina nos jogos, infrações e condutas antidesportivas a pedido da Fifa.

A comissão é formada por cinco membros, sendo um deles o brasileiro Caio Rocha,  vice-presidente do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). Caio não poderá participar da decisão por ser brasileiro e ter ligação com uma das partes envolvidas. O comitê será dirigido pelo uruguaio Adrian Leiza, vice-presidente. Caso haja um empate de dois votos, será Leiza quem definirá a punição.

Ainda não foi entregue para a Conmebol o relatório do jogo pelo delegado da partida. Em comunicado do assessor Néstor Benitez, a entidade disse apenas que a questão cabe à comissão disciplinar, que não recebeu informações oficiais sobre o “lamentável” assunto.

O representante do tribunal afirmou que o prazo para o julgamento é "curto" para que a punição seja aplicada ainda durante a atual edição da Libertadores. O trâmite é os membros do tribunal receberem a súmula e relatório da partida e analisarem. Depois disso, instalam procedimento discplinar e notificam as partes envolvidas para que montem sua defesa.

Hildo Nejar, representante brasileiro na Conmebol, foi procurado pela reportagem e afirmou que somente a comissão mesmo pode decidir que tipo de punição será aplicada. Mas diz não crer em algo punitivo para os clubes.