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Libertadores - 2019

Corinthians entra em conflito com Conmebol e promete brigar para que outros sejam punidos

Corinthians estima prejuízo em mais de R$ 2 milhões com o veto da torcida em seus jogos - Fernando Donasci/UOL
Corinthians estima prejuízo em mais de R$ 2 milhões com o veto da torcida em seus jogos Imagem: Fernando Donasci/UOL

Gustavo Franceschini

Do UOL, em São Paulo

26/02/2013 19h38

O Corinthians até evita falar abertamente em conflito com a Conmebol, mas tomou uma postura crítica à entidade nesta terça e sabe que pode entrar em rota de colisão. Em entrevista coletiva, o diretor de futebol do clube, Roberto de Andrade, prometeu cobrar a organizadora da Copa Libertadores e brigar para que seus rivais também sejam punidos pelo regulamento.

“A punição foi injusta. Não que o Corinthians não merecesse, depois dos fatos apurados. Precisamos defender as pessoas. E os torcedores de outros clubes? Nós sabemos que vão ter sinalizadores. As pessoas têm de parar de se esconder. A única maneira é se começar a falar e cobrar os responsáveis pelo evento. Quem faz não pode fugir da responsabilidade e sair punindo os outros. Ou pune-se todos ou não pune-se ninguém”, disse o cartola.

A ideia condiz com tudo que o Corinthians vem discutindo e fazendo desde que recebeu, ainda na semana passada, a punição para atuar com portões fechados. Na visão da diretoria alvinegra, a atitude da Conmebol foi uma solução política para encontrar um culpado que acabou prejudicando o clube do Parque São Jorge.

Agora, então, o Corinthians promete comprar a briga pela segurança nos estádios. Nesta quarta, o departamento jurídico do clube deve enviar à Conmebol uma série de evidências que comprovariam o uso de sinalizadores e o arremesso de objetos em outros estádios onde a Libertadores é disputada.

“A morte foi a consequência. Em todos os jogos que antecederam o nosso, o estádio inteiro tinha sinalizadores. Tem de morrer alguém para a punição chegar? Queremos exigir que a Conmebol cumpra o regulamento. Se ele está sendo válido pelo Corinthians tem de ser para os outros também. Começa pelo estádio do San Jose, não pode haver jogo lá”, disse Roberto de Andrade.

As provas coletadas pelo Corinthians consistem em vídeos e material jornalístico que caracterizam as infrações das outras equipes. O clube, no entanto, evita tratar essa atitude como um confronto com a Conmebol.

“A gente exigir que o regulamento feito por eles seja cumprido não é bater de frente com ninguém. Não estou aqui peitando a Conmebol. Só quero que seja igual para todos. Seria o pior dos mundos se eu sofresse consequências por exigir isso”, disse Roberto de Andrade.

Nos bastidores, no entanto, a postura não é a mesma. O Corinthians tem, sim, ciência de que pode arrumar uma briga política. Só que a insatisfação com a postura da entidade é tanta que, ao menos neste primeiro momento, a diretoria parece disposta a aguentar as consequências.