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Libertadores - 2019

Advogada de defesa diz que governo brasileiro abandonou corintianos presos em Oruro

Corintianos estão presos em Oruro, na Bolívia, há quase dois meses - Aizar Raldes/AFP
Corintianos estão presos em Oruro, na Bolívia, há quase dois meses Imagem: Aizar Raldes/AFP

Mauricio Duarte

Do UOL, em São Paulo

16/04/2013 19h17

A defesa dos 12 corintianos presos em Oruro afirma que o governo brasileiro abandonou os torcedores à mercê da justiça boliviana. Em entrevista ao UOL Esporte, a advogada Maristela Basso, contratada pela Gaviões da Fiel para defender os brasileiros, afirmou que o consulado não disponibilizou sequer um tradutor a eles. Portanto, eles estariam até mesmo assinando papeis sem entender o que está escrito.

“Sinto-me completamente isolada neste caso. Não temos nenhuma colaboração. É preciso que o governo se explique. Esses rapazes caíram em uma armadilha, literalmente. Eles foram convidados a ir à delegacia após o jogo, para colaborar. Foram escolhidos ao acaso e foram voluntariamente. Ao chegar, foram presos preventivamente. Foi um flagrante forçado”, explicou.

Uma inspeção no estádio marcada para esta quarta-feira chegou a ser cancelada a pedido das autoridades brasileiras, segundo a advogada. No entanto, ela conseguiu reverter a decisão e a inspeção ocorrerá amanhã. “Foi cancelada a pedido da Embaixada Brasileira em La Paz. Quando questionamos, disseram que estavam apenas cumprindo ordens do governo brasileiro. Tivemos que correr para reverter”, afirmou.

De acordo com Maristela, a inspeção é fundamental para que a defesa possa sustentar sua tese de que o sinalizador que atingiu o Kevin Beltrán não é o mesmo que aparece sendo disparado pelos torcedores do Corinthians nas imagens da televisão. “A inspeção é para recuperarmos as cenas antes e durante os disparos. Saber exatamente onde estavam os brasileiros. Os laudos apontam que o disparo veio de outra direção”, sustentou.

Um dos sócios de Maristela está morando provisoriamente em Oruro para cuidar dos brasileiros detidos e só deixará a cidade boliviana quando o caso for solucionado definitivamente.