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Atleticanos 'matam' serviço, resistem ao cansaço e fecham trânsito na Praça 7

Torcedores do Atlético-MG não arredam pé da Praça Sete, palco principal da festa - Dionízio Oliveira/UOL
Torcedores do Atlético-MG não arredam pé da Praça Sete, palco principal da festa Imagem: Dionízio Oliveira/UOL

Dionizio Oliveira

Do UOL, em Belo Horizonte

25/07/2013 15h44

Cerca de 500 torcedores, de acordo com estimativa da Polícia Militar de Minas Gerais, continuavam na Praça Sete, marco central da capital mineira, no meio da tarde desta quinta-feira e que se transformou no principal palco de comemoração da torcida atleticana após o inédito título da Libertadores, depois da vitória sobre o Olimpia, por 2 a 0, no tempo normal, e por 4 a 3 nas penalidades. Dessa forma, o principal cruzamento do centro da cidade está fechado ao trânsito.

Além de exaltar o feito do seu time, os atleticanos na Praça Sete não perdoaram os torcedores do Cruzeiro, incendiando a tradicional rivalidade, às vésperas do clássico pelo Brasileirão, domingo que vem. Cânticos provocativos rival eram ouvidos em alto e bom som: “Chora zero imundo, nós vamos ser campeão do mundo”, “um, dois, três... quatro, cinco mil... cadê os cruzeirenses ninguém sabe ninguém viu” e “Tira uma foto, nós vamos para Marrocos”, além das tradicionais músicas da torcida organizada.

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    Bruno Marques faltou à aula e ao trabalho para celebrar título com outros atleticanos na Praça 7

Os atleticanos não demonstram cansaço e nem a intenção de arredarem pé do local e prometem estender a festa até à noite. É o caso do monitor de qualidade, Bruno Marques, de 28 anos, que participou da festa durante a madrugada, foi para a casa às 4h, acordou e voltou para a comemoração, desde às 9h da manhã desta quinta.

O torcedor faltou a aula e ao serviço para vibrar com a conquista inédita do time atleticano. “Não farei nada hoje, é feriado”, disse. “Estamos esperando que o time venha aqui, com toda a delegação”, acrescentou. E esse parece ser a expectativa de outros aficionados, todos à espera dos ídolos e de poder ver a taça de perto.

O pintor Paulo Sérgio, de 28 anos, saiu de casa às 5h para trabalhar, viu a concentração dos atleticanos no centro da capital e decidiu ficar por lá mesmo. Cansado após mais de oito horas no local, ele garante que vai aguardar pelo time. “Estou esperando o Kalil vir trazer a taça, no corpo de bombeiro, com todos os jogadores, já que não tive a oportunidade de ir no estádio”, comentou o torcedor.

A mesma esperança tem o torcedor Romero Sampaio, de 25 anos, educador físico. Ele participou da festa na madrugada e, assim como os demais, faltou o serviço para vibrar com  a torcida. Empolgado, o torcedor cantava todas as músicas e, segundo boatos que percorriam no local, aguardava a chegada da delegação atleticana para promover uma festa no período da noite, com cerveja liberada para o torcedor.

A esperança dos torcedores não será concretizada. Não há previsão do Atlético-MG realizar festa na Praça Sete. Além disso, os jogadores atleticanos estão de folga, nesta quinta-feira, o que inviabilizaria a reunião do grupo para ir à Praça Sete.

A ausência dos ídolos, no entanto, não diminui a euforia atleticana, como das amigas Arlene Aparecida, de 30 anos, Ana Cláudia, de 22 anos, e Lorena Stefani de 20 anos. Arlene, trocadora de ônibus, não se arrepende de ter faltado ao emprego. “Dei balão no serviço e estou feliz, eu quero é comemorar”, bradou a torcedora. As três garantiram que só vão embora quando os jogadores aparecem para compartilhar o momento de alegria.

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    Amigas atleticanas Arlene Aparecida, Lorena Stefani e Ana Claudia dizem não ter hora para encerrar comemoração do título da Libertadores na Praça Sete, no Centro de Belo Horizonte

Segundo a Polícia Militar, a concentração de torcedores vai durar enquanto os atleticanos tiverem disposição, já que o trânsito está interrompido e não há nenhum tipo de ocorrência relevante até o momento. No início da manhã, no entanto, houve confronto entre a Tropa de Choque e alguns torcedores durante tentativa de desocupação  da Praça Sete, com uso inclusive de bombas de gás lacrimogênio.