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Campeão reúne atletas que deram 'volta por cima' após problemas diversos

Jô é um exemplo de superação do time do Atlético-MG que foi campeão da Libertadores - Marcus Desimoni/UOL
Jô é um exemplo de superação do time do Atlético-MG que foi campeão da Libertadores Imagem: Marcus Desimoni/UOL

Do UOL, em Belo Horizonte

25/07/2013 12h01

O inédito título da Libertadores, conquistado pelo Atlético-MG nesta quarta-feira, diante do Mineirão lotado, coroa a formação de uma equipe, que começou a ser montada ainda em 2011, com a chegada do técnico Cuca, e que tem como característica a reunião de jogadores, que, por motivos diversos, estavam em baixa. Ronaldinho Gaúcho, o comandante do time campeão, está longe de ser o único exemplo. Embora seja o mais famoso, está acompanhado de vários outros casos, de companheiros de elenco, que conseguiram dar a famosa ‘volta por cima’.

Atletas que chegaram em momentos diferentes encaixam-se nesse perfil. Dos 11 titulares, o zagueiro Leonardo Silva, o volante Pierre e o lateral esquerdo Richarlyson, que cumpriu suspensão no jogo desta quarta-feira, por ter sido expulso na semana passada, em Assunção, chegaram ao clube em 2011, vindos de Cruzeiro, Palmeiras e São Paulo, respectivamente.

Enquanto o zagueiro teve de superar o fato de ter chegado do arquirrival Cruzeiro, fato minimizado por uma saída polêmica da Toca da Raposa, o volante e agora lateral teve de vencer a resistência relacionada ao seu comportamento fora de campo. Se em muito tempo de tricolor paulista, não tinha seu nome gritado pela torcida, no Atlético, apesar de altos e baixos, Richarlyson chorou ao ouvir os atleticanos fazerem coro com o seu nome.

Já o volante Pierre, foi emprestado pelo Palmeiras, mais para o final do Brasileiro de 2011 e ajudou o time já comandado por Cuca a escapar do rebaixamento. Foi trocado por Daniel Carvalho, em definitivo, em 2012, e virou ídolo atleticano, dando a volta por cima já que não fazia parte dos planos de Felipão, então treinador do clube paulista.

Outro jogador importante no elenco, mas que não se firmou como titular e que está na Cidade do Galo desde 2011, é o atacante Guilherme. A sina de ter sido revelado pelo Cruzeiro pesou bastante e retardou a adaptação do atleta ao alvinegro mineiro, o que a rigor aconteceu apenas na reta final da Libertadores, com o ápice no gol salvador, na vitória sobre o Newell’s Old Boys, por 2 a 0, na semifinal e com a conversão da sua cobrança de pênalti em seguida.

Em 2012, além do próprio Ronaldinho, símbolo maior da volta por cima, chegaram ao elenco atleticano nomes como Jô, que vinha de passagem marcada por atos de indisciplinas no Internacional e que encontrou em Gaúcho seu parceiro ideal dentro e fora de campo. “É fruto de um trabalho, acho que há um ano e meio atrás eu nunca imaginava. Mas eu agradeço a torcida que confiou em mim, ao presidente, ao Cuca, então estou muito feliz. Esses torcedores merecem”, afirmou.

O volante Leandro Donizete teve sua contratação cercada de dúvidas pelo fato de atuar há muito tempo no Coritiba, sem ter estourado em um grande clube. O goleiro Victor, ao contrário, foi contratado como grande reforço e solução para o crônico problema da camisa 1 atleticana.

“Por tudo que a gente viveu, por tudo que passou, pelo trabalho, pela estrutura, o trabalho sério, profissional, quando as coisas são assim o time tem que brigar por título. E a gente foi coroado por tudo isso, mas pela qualidade e, principalmente, a confiança que o Cuca e o Kalil deram para gente. O torcedor tem que comemorar, soltar esse grito que está preso, e a gente tem que comemorar também”, observou Victor.

O time titular atleticano se completou com Réver, capitão, no alvinegro desde 2010, com Marcos Rocha e Bernard, ambos revelados na base e Diego Tardelli, repatriado este ano do Qatar e um dos reforços deste ano, juntamente com o volante Josué, outro que voltou ao Brasil do exterior.

O diretor de futebol atleticano, Eduardo Maluf, lembrou que a montagem do time que foi campeão da Libertadores recebeu críticas. “Levamos isso como crítica construtiva, formamos um elenco que demorou a dar um encaixe. Ano passado eu dizia que o Atlético podia não ser campeão, mas que iria chegar em todas as competições. Foi campeão mineiro e ganhou a Copa da Libertadores”, comentou o dirigente.