Como Falcão, Mano e até Gamarra ajudaram na formação do novo Corinthians

Giovanni Augusto, André e Guilherme serão titulares do Corinthians pela primeira vez na Copa Libertadores. E, para que isto fosse possível nesta noite, contra o Independiente Santa Fe-COL, a comissão técnica liderada por Tite colocou o telefone para funcionar.

"A ideia é buscar dados para acelerar a adaptação", resume o auxiliar técnico Cléber Xavier, um dos que encabeçaram a força-tarefa. Foram pelo menos dez contatados, quase todos treinadores, para saber todos os detalhes sobre os principais reforços de 2016. Mano Menezes, por exemplo, falou a respeito de Willians, que dirigiu no Cruzeiro. Falcão deu dicas sobre Marlone e André, seus jogadores no Sport. Já o paraguaio Gamarra, falou sobre o compatriota Balbuena.

Na lista ainda estão Levir Culpi (sem clube), Guto Ferreira (Chapecoense), Vinícius Eutrópio (Figueirense), Deivid (Cruzeiro), Geraldo Delamore (auxiliar do Cruzeiro), Eduardo Baptista (sem clube) e Arce (Guaraní-PAR).

"Precisamos implantar a metodologia com quem tem chegar e queremos ver como conseguimos isso. Você pega todos os aspectos. A parte emocional, a parte pedagógica, porque a nossa gestão de pessoas é de falar a verdade para o atleta e não expor nunca para tirar o que ele tem de melhor. É a criação de um ambiente em que ele se sinta à vontade", conta Xavier, que acredita estar aí um dos segredos do bom início de temporada. Se o time não encanta como em 2015, ao menos atinge bons resultados.

Além dele, o Corinthians buscou informações por meio de Tite, dos também auxiliares Matheus Bachi e Fábio Carille e do chefe de análise desempenho Fernando Lázaro. Nesses telefonemas, perguntas desde o melhor posicionamento para cada atleta e as possibilidades táticas até a conduta individual para calcular riscos.

Um dos abordados pela comissão corintiana foi Guto Ferreira, que treinou o zagueiro Vílson em 2015 na Chapecoense. "Falamos sobre assuntos gerais do jogador. A postura, o profissionalismo, a característica, a personalidade. Isso vai ajudar o treinador a direcionar o dia a dia mais rápido. O Vílson, na Ponte, ajudou muito no grupo, não estava jogando por lesão,mas era importante no dia a dia. Aqui (em Santa Catarina) mostrou que tem condição técnica indiscutível. Tem um caráter excepcional", elogia Guto.

Já o paraguaio Arce falou sobre outro novo zagueiro do elenco. "O Balbuena foi meu jogador há quatro ou cinco anos e conheço bem de enfrentar. Eles já tinham muita informação, foi uma chamada para confirmar isso. Fabián é um zagueiro novo, forte, educado, rápido, sem dificuldade para jogar pela esquerda".

Cleber Xavier admite que, entre todos os novos jogadores, o maior cuidado está com Guilherme pelo fato de se adaptar a uma função totalmente nova na carreira, como meio-campista mais recuado. Nesse sentido, a exemplo de Giovanni Augusto, as maiores contribuições foram de Levir Culpi, que comandou ambos no Atlético-MG em 2015.

"Guilherme é quem exige uma demora maior no processo. Os outros fazem posições específicas. O Giovanni também muda muito pouco, pela direita ou pelo centro, como o Jadson já fez. Já o Guilherme tem uma adaptação maior, precisamos ter paciência com isso, mas ele está aberto a essa mudança", complementou Cleber.

FICHA TÉCNICA