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Título, prestígio e dinheiro. Disputar a Libertadores mudou o Atlético-MG

Campeão em 2013, Atlético-MG busca segundo título da Copa Libertadores  - AFP PHOTO / EVARISTO SA
Campeão em 2013, Atlético-MG busca segundo título da Copa Libertadores Imagem: AFP PHOTO / EVARISTO SA

Thiago Fernandes e Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

16/03/2016 06h00

Fiado só quando o Galo ganhar a Libertadores! Esta frase estava nas placas de muitos bares e botequins por toda a Minas Gerais. Mas os dizeres foram retirados em julho de 2013, após o Atlético-MG bater o Olímpia na decisão e se tornar campeão continental. Além da importância do próprio título, disputar a Libertadores seguidamente mudou o Atlético-MG.

Se os primeiros anos após 2000 não foram de muitas alegrias, inclusive com um rebaixamento no Campeonato Brasileiro, os últimos foram o oposto. Mais alegrias do que decepções. Além do título da Libertadores, o Atlético conquistou uma Copa do Brasil sobre o Cruzeiro, o maior rival, e venceu quatro dos últimos seis estaduais.

O prestígio alcançado com o título continental é visto na imprensa estrangeira. Na Libertadores pelo quarto ano consecutivo, o Atlético é tratado sempre como favorito. Exemplo disso é o tratamento dado pelos chilenos para o duelo desta quarta-feira, pela quarta rodada do grupo 5. O Colo-Colo precisa pontuar em Belo Horizonte para não se complicar na competição, mas sabe que não vai ser fácil.

"A equipe fez um trabalho impecável defensivamente. Temos de ter em conta o rival que enfrentamos", ressaltou o técnico José Luis Sierra após o empate no Chile, destacando as qualidades do Atlético, que na visão dele é um dos favoritos ao título.

Prestígio que enche de orgulho os atleticanos e atinge diretamente os jogadores. Aqueles que já estão na Cidade do Galo ou aqueles que são procurados pelo clube. Em 2013, poucas semanas antes de ser campeão da América, o Atlético teve três jogadores convocados para a Copa das Confederações – Réver, Bernard e Jô – e um ano depois foram dois na Copa do Mundo – Victor e Jô – já que Bernard foi vendido e disputou o Mundial de 2014 como jogador do Shakhtar Donetsk.

Lucas Pratto e Robinho são duas das contratações de peso do clube mineiro nos últimos anos. Ambos tinham outras boas propostas, mas a chance de disputar o torneio continental pelo Atlético e com um time forte fizeram a diferença. Lucas Pratto chegou a prometer para Daniel Nepomuceno que tatuaria a conquista da Libertadores.

"Quando contratei o Lucas Pratto, ele me falou: 'vou tatuar a Libertadores para você', durante um jantar em um restaurante em Buenos Aires”, revelou recentemente o presidente Daniel Nepomuceno, em entrevista ao canal Fox Sports.

Tudo possível graças ao retorno financeiro proporcionado pela própria competição. Se o pagamento para os clubes não despertava tanto interesse até 2015, ele triplicou para 2016, as rendas dos jogos sempre foram um grande atrativo. Somente a campanha vitoriosa rendeu cerca de R$ 22,5 milhões brutos aos cofres atleticanos.

O duelo desta noite, com o Colo-Colo, não vai ser diferente. Os ingressos estão praticamente esgotados, desde domingo. A renda deve superar a marca de R$ 1,5 milhão e figurar entre as cinco maiores do Estádio Independência. Algo rotineiro em jogos internacionais, pois 12 das 15 partidas disputadas pelo Atlético no Horto, pela Libertadores, estão entre as 15 maiores rendas no estádio.

Continuar com sucesso e presente na Libertadores pode significar um futuro ainda mais promissor para o Atlético. Um triunfo diante do Colo-Colo, nesta noite, vale a classificação antecipada às oitavas de final. Além de possibilitar o time de Diego Aguirre a brigar pela primeira colocação geral na fase de grupos. Receita que já deu certo no passado.

FICHA TÉCNICA
ATLÉTICO-MG X COLO-COLO

Data: 16 de março de 2016, quarta-feira
Horário: 21h45 (de Brasília)
Motivo: 4ª rodada do grupo 5 da Copa Libertadores
Local: Estádio Independência, em Belo Horizonte (MG)
Árbitro: Juan Soto (VEM)
Assistentes: Jorge Urrego e Elbis Gomez (VEN)

ATLÉTICO-MG: Giovanni; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Erazo e Douglas Santos; Rafael Carioca, Júnior Urso e Cazares; Luan, Patric (Robinho) e Lucas Pratto.
Técnico: Diego Aguirre.

COLO-COLO: Justo Villar; Gonzalo Fierro, Julio Barroso, Claudio Baeza e Jean Beausejour; Jorge Araya, Esteban Pavez, Juan Delgado e Jaime Valdés (Javier Reina); Martín Tonso e Esteban Paredes.
Técnico: José Luis Sierra.