Grêmio veta pimenta, refrigerante e leva receita de feijão contra altitude
Experimentar pratos da culinária equatoriana não será uma das atividades do Grêmio no período de preparação para o duelo com a LDU pela Libertadores. Temendo reflexo da alimentação na adaptação à altitude, o clube enviou a nutricionista Katiuce Borges antes da delegação e já adaptou o cardápio ao local.
A escolha dos pratos tem por princípio acelerar a digestão, manter o grupo hidratado, adaptar o relógio biológico ao fuso horário de duas horas no Equador. Com essa trinca de fatores o plano é melhorar a adaptação aos 2,8 mil metros de altitude da cidade que receberá Grêmio x LDU, na próxima quarta-feira.
"Vamos cortar muitos temperos locais. Tentaremos aproximar ao máximo o cardápio do que os jogadores estão acostumados. Talvez não fique uma comida tão saborosa, mas certamente será melhor para o grupo", explicou a nutricionista do clube ao UOL Esporte.
E nada de pratos locais. A culinária do Equador é semelhante a do México, abusa de pimenta e gorduras, e tudo que o elenco não precisa neste momento é uma indisposição de qualquer jogador. "Experimentar, só depois do jogo", brincou a Katiuce.
A profissional gremista viajou ao Equador um dia antes do grupo. O objetivo é conversar com o chef de cozinha do hotel onde o Grêmio estará hospedado e passar receitas com as quais o elenco esteja habituado.
"Procuraremos tirar ao máximo as gorduras do cardápio. Teremos bastante carboidrato. Queremos facilitar a digestão, que pode ser um pouco mais lenta na altitude. Arroz e feijão serão pratos que teremos por lá. O feijão talvez um pouco diferente, porque a gente está levando a receita para o chef, mas mesmo assim nunca fica igual. Mas tentaremos adaptar", explicou.
Outro ponto a ser intensificado é o horário de cada refeição. Com diferença de duas horas, é provável que o elenco tenha fome em horas diferentes do costumeiro. Para isso, o período por lá será importante.
Muita água de coco, nada de refrigerante
Talvez a principal maneira de tentar driblar o desgaste físico imposto pelo ar rarefeito na altitude é a hidratação. Por isso, os jogadores receberão orientações de beber o máximo possível durante o período no Equador. Mas nada de refrigerante, e sim sucos e água de coco.
"As bebidas com gás podem atrapalhar um pouco a digestão. Cortamos elas. Os atletas terão oferta de água de coco, sucos, frutas e muita água mesmo, porque até o ato de respirar mais ofegante já desidrata um pouco", contou Katiuce.
Rotina de treinos está decidida, mas é sigilosa
O Grêmio já montou seu planejamento de treinamentos em Quito. Irá trabalhar principalmente a adaptação à velocidade da bola, que fica mais rápida em jogos por lá. Além de dar ao grupo uma carga forte de atividades principalmente nos primeiros dias para testar a capacidade de todos e não ter surpresa alguma com rendimentos na hora da partida. Mas nada disso é detalhado pelo comando técnico.
"O planejamento já está feito, mas não vamos falar sobre isso agora. Vamos viajar e seguir o planejado", disse o técnico Roger Machado.
A única partida em que encarou altitude no grupo 6 da Libertadores até agora foi dura para o Grêmio. A derrota por 2 a 0 para o Toluca chegou a ameaçar a vaga, que pode ser encaminhada com um bom resultado no Equador.
"Alugamos o centro de treinamentos que a seleção do Equador usa. É um local que pode ser semelhante ao nosso CT e até superior. Tem local para trabalho de campo, fisiologia, recuperação. Vamos treinar lá e usar isso a nosso favor", disse o vice de futebol gremista, Cesar Pacheco.
A delegação gremista embarcou na manhã desta quinta e o duelo contra os equatorianos ocorre dia 13 às 21h45 (horário de Brasília).
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