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R$ 5 mi e possível crise: o que representaria queda do SP na Bolívia?

Guilherme Palenzuela

Do UOL, em São Paulo

21/04/2016 06h00

O São Paulo decide às 21h45 (de Brasília) desta quinta-feira contra o The Strongest e os 3.660 metros de altitude de La Paz, na Bolívia, a classificação às oitavas de final da Copa Libertadores. O time comandado por Edgardo Bauza precisa de um empate para avançar e joga partida que vale pelo menos R$ 5 milhões e a paz interna.

Em 2016, o São Paulo marcou em determinado momento da temporada os piores inícios da história do clube tanto na Libertadores como no Paulistão. A campanha no estadual terminou no último domingo com a goleada por 4 a 1 sofrida contra o Osasco Audax. Em La Paz, nesta quinta-feira, basta segurar um empate para não encerrar a campanha – o clube não é eliminado da fase de grupos desde 1987.

Em termos financeiros, uma derrota em La Paz faria com que o São Paulo deixasse de receber pelo menos R$ 5 milhões. A premiação da Conmebol pelo jogo das oitavas de final é de 750 mil dólares (R$ 2,66 milhões) e ainda haveria a receita de bilheteria pelo jogo no Morumbi. Contra o River Plate, na fase de grupos, o São Paulo teve renda bruta de R$ 2,55 milhões em uma noite com 51 mil pagantes e sem estádio lotado.

Apesar do grande respaldo da diretoria ao técnico Edgardo Bauza, a eliminação precoce nesta quinta-feira representaria um período de turbulência no clube. Já há, dentro do conselho e até em outros departamentos da diretoria fora do futebol, críticos ao treinador argentino, principalmente após o 4 a 1 para o Audax.

Se perder, o São Paulo ficará quase um mês sem jogar – a primeira rodada do Brasileirão está marcada para 15 de maio.

Empatar contra o Strongest em La Paz não é algo fácil. Nos últimos 10 anos, o clube boliviano acumula 80% de aproveitamento dos pontos quando atua nos 3.660 metros de altitude. São 15 vitórias e apenas dois empates e duas derrotas como mandante. Em 2013, o São Paulo foi derrotado ao visitar o Strongest na fase de grupos do torneio. Em 2005, ano em que foi campeão, o São Paulo empatou por 3 a 3 em La Paz.

Edgardo Bauza pode surpreender na escalação da partida desta quinta-feira. O técnico cogita até começar a partida com Paulo Henrique Ganso no banco porque imagina que pode se defender melhor dos bolivianos durante o primeiro tempo sem o camisa 10. Na terça-feira, Bauza começou o treino com um meio de campo com novo desenho tático e escalação: três volantes, com Hudson, Thiago Mendes e Wesley, e Kelvin e Michel Bastos abertos pelas pontas.

Na quarta-feira, véspera da partida e dia da viagem para a Bolívia, Bauza fechou completamente o CT da Barra Funda para a imprensa e fez mistério. Não divulgou com qual time treinou e disse durante o embarque no aeroporto de Guarulhos que ainda está pensando e não tem a escalação titular definida para a partida.

O São Paulo definiu a logística habitual dos times brasileiros para enfrentar a altitude de La Paz. Como a comissão técnica acredita que não teria benefícios de adaptação por viajar três dias antes da partida, preferiu reduzir ao mínimo possível o tempo de permanência na Bolívia. Pela falta de voos diretos, a delegação viajou de São Paulo para Santa Cruz de La Sierra, e só nesta quinta-feira, horas antes do jogo, viajará para La Paz.