Topo

Amor, alegria e briga. Dátolo vê relação com o Atlético-MG como um namoro

Atlético-MG é o clube que o meia Dátolo mais defendeu na carreira. Já foram 117 partidas - Bruno Cantini/Atlético-MG/Divulgação
Atlético-MG é o clube que o meia Dátolo mais defendeu na carreira. Já foram 117 partidas Imagem: Bruno Cantini/Atlético-MG/Divulgação

Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

27/04/2016 06h00

Nesta quarta-feira o Atlético-MG abre as oitavas de final da Copa Libertadores contra o Racing, na Argentina. Partida especial para o meia Dátolo, que volta a seu país para defender o clube pelo qual mais atuou como profissional. Já são quase três anos de Cidade do Galo, tempo suficiente para criar um relacionamento de amor com o Atlético.

Em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, Dátolo comentou sobre o convívio com a torcida. Protagonista na conquista da Copa do Brasil de 2014, Dátolo se tornou ídolo dos atleticanos. Mas ao mesmo tempo, assim que herdou a camisa 10 que era de Ronaldinho, as cobranças sobre o argentino ficaram maiores. O próprio meia descreve essa relação como um namoro, que alterna bons momentos com algumas brigas.

“É como se fosse um relacionamento. Sempre falo que o Galo é como uma namorada. São discussões e alegrias, como em qualquer relacionamento. Mas a torcida sabe o amor que tenho por essa camisa e eles sentem o mesmo por mim. É um amor recíproco. E todo torcedor do Atlético sabe que no momento que eu vestir a camisa e entrar em campo, vou dar a minha vida, como sempre fiz. Às vezes, infelizmente, o jogador pode ir mal, mas sempre dando o máximo em campo”.

Em 117 partidas com a camisa alvinegra, Dátolo marcou 18 gols. Não fosse a chegada de Lucas Pratto, em janeiro de 2015, ele seria o estrangeiro com mais gols pelo clube. Marca que ostentou por alguns meses. Mas os títulos já estão no currículo. Algo que ninguém pode tirar. Recopa, Copa do Brasil e Campeonato Mineiro. Lista que o argentino sonha em aumentar com uma Copa Libertadores.

“Em todos os anos o Atlético é candidato a alguma coisa, pela qualidade do elenco que tem. E assim temos que pensar em tudo. Temos que pensar em Libertadores, pensar em Brasileiro, pensar em Copa do Brasil e pensar no Estadual, pois é assim em time grande. Obviamente que vamos tentar ganhar as competições, mas o Brasileiro é uma obsessão e ganhar uma Libertadores com o Atlético é o meu sonho. Levar o Galo para o lugar mais alto da América do Sul é meu sonho”, disse Dátolo, que já venceu o torneio continental uma vez, em 2007, com o Boca.

Sensação que ele quer sentir mais uma vez. Pela conquista da Copa do Brasil, em 2014, Dátolo teve uma amostra do que seria vencer uma Libertadores pelo Atlético. Em 2013, ano que o clube mineiro foi campeão continental, o argentino chegou à Cidade do Galo semanas após a conquista sobre o Olímpia.

“Foram sensações diferentes. A Libertadores todo mundo acompanha. Aquela foi a primeira que ganhei, logo pelo Boca, clube que torço. Então foi muito especial. E a Copa do Brasil eu acho que foram poucas vezes na vida que senti tanta felicidade. Ganhar a competição em cima do Cruzeiro, o rival de sempre, então foi uma das alegrias que vou levar para o resto da vida. Ganhamos uma Copa do Brasil e em cima do rival”.

O adversário da vez é o Racing. Mas num futuro próximo pode ser o Boca Juniors. E Dátolo não esconde de ninguém que é torcedor xeneize. Mas caso tenha um Atlético e Boca nas próximas fases do torneio, o argentino não pensa duas vezes ao responder que a dedicação pelo Atlético vai ser a mesma de sempre.

“Encararia como profissional. Estou defendendo a camisa do Atlético e me esforçaria ao máximo para poder vencer. Deixaria o sentimento de lado, e olha que teria muito sentimento envolvido, pois tenho um carinho especial pelo Atlético, mas sou torcedor do Boca. Mas tomo isso muito sério. Estou defendendo as cores do Atlético e quero representar bem a camisa do Atlético”.

Mesmo com o time na final do Mineiro e com uma das quatro melhores campanhas na Libertadores, parte da torcida ainda cobra bastante do técnico Diego Aguirre. Pressão que Dátolo quer ver se transformar em otimismo. O argentino mostra confiança no elenco e aposta que o Atlético vai manter a sequência dos últimos anos, com pelo menos uma conquista. Desde 2012 a equipe alvinegra levanta ao menos um troféu por ano.

“O torcedor tem todo o direito de ficar com o pensamento bom. Estamos com um elenco muito bom, a expectativa é boa e fomos líderes no nosso grupo na Libertadores. Mais ainda não conquistamos nada, temos que continuar com a mesma pegada”.

FICHA TÉCNICA
RACING X ATLÉTICO-MG

Data: 27 de abril de 2016, quarta-feira
Horário: 19h30 (de Brasília)
Motivo: Jogo de ida das oitavas de final da Copa Libertadores
Local: Estádio Cilindro, em Avellaneda (ARG)
Árbitro: Julio Quintana (PAR)
Assistentes: Eduardo Cardozo e Roberto Cañete (PAR)

RACING: Saja, Pillud, Vittor, Sanchez e Grimi; Videla, Aued, Noir, Acuña e Oscar Romero e Lópes.
Técnico: Facundo Sava.

ATLÉTICO-MG: Victor, Marcos Rocha, Leonardo Silva, Erazo e Douglas Santos; Rafael Carioca, Leandro Donizete, Júnior Urso e Dátolo; Robinho e Lucas Pratto.
Técnico: Diego Aguirre.