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Tite diz que eliminação contra Guaraní virou exemplo para o Corinthians

AFP PHOTO / NELSON ALMEIDA
Imagem: AFP PHOTO / NELSON ALMEIDA

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

03/05/2016 18h42

Perder como perdeu para o Audax, com bom futebol, Tite vai aceitar. Mas, na preparação para enfrentar o Nacional-URU na quarta-feira, ele estabeleceu que a eliminação como na Copa Libertadores de 2015, diante do Guaraní-PAR, não poderá se repetir. Mesmo para um Corinthians considerado por ele um time ainda em construção.

"É um grupo novo, de pessoas novas. Fomos eliminados pelo Audax num grande jogo. Podemos ser (eliminados) amanhã, mas não derrotados, que é quando você não joga o teu normal. Pode perder como foi contra Audax, contra o Palmeiras (no Paulista 2015), jogando. É da vida. Não pode é produzir como produziu contra o Guarani. Não pode", declarou Tite nesta terça-feira.

As partidas contra os paraguaios em 2015 foram mencionadas pelo treinador também na atividade com os jogadores. Elias, em dado momento, ouviu de Tite: "tem que mostrar a cara, como contra o Flamengo (eliminação em 2010) e não como contra o Guaraní-PAR", gritou para o jogador. Na segunda, Elias havia feito o comparativo sobre as duas campanhas que participou e disse que, na queda do ano passado, ficou frustrado porque o time não jogou o que podia. É tudo que o treinador não quer ver se repetir diante do Nacional, e por isso não mediu esforços.

"Disse a eles após o jogo no Uruguai que excelência é fazer a melhor preparação possível. Não assegura resultado, mas aumenta a possibilidade de vencer. Todas as situações que podem acontecer, nós vamos buscar (preparação). Finalizações tem detalhe estatístico. A cada seis finalizações na Arena, em média temos um gol. A cada três certas, uma faz. Tem que ter qualidade na precisão e nos rebotes", complementou Tite.

Na avaliação do treinador, a equipe precisa ser paciente para atuar. "É frieza. Com posse tem que ser gelo. É alternar lado, é o princípio do basquete de movimentar adversário para ter infiltração. Se começa e termina de um lado, o adversário se compacta bem. A bola não pode queimar no pé. Dá três toques e conduz até o adversário abrir opção melhor".

Veja as respostas de Tite:

EXPECTATIVA PARA OS DUELOS
Espero um jogo de duas camisas pesadas, de dois campeões. Com nível de competitividade alto e leal, tal qual foi no Uruguai. Com qualidade técnica, com velocidade nas transições, com um jogo mais sustentado de triangulação (do Corinthians) e outro mais vertical (do Nacional). Tem se demonstrado isso. Não consigo ver de outra forma. Vamos ver amanhã quem é melhor, merecedor no jogo.

PROVIDÊNCIAS QUANTO AOS PÊNALTIS
Mudou a metodologia (de treinamento). Em uma sequência que eram de cinco ou seis (batidos em treino), os goleiros pegam o hábito do batedor e, ao invés de aperfeiçoar, começa a variar. Agora é de forma diferente, com três de cada um de forma alternada ontem. Tem que botar pressão em rebotes ofensivos e defensivos. Tomara que tenha sido bom. Aliás, tomara que não vá pra pênalti (risos).

PROBLEMA INTERNO PARA CRISTIAN NÃO JOGAR
Bruno jogando muito. É o problema interno. Se fosse por dinheiro, o Guardiola tinha que passar, ganha mais que o Simeone. Acho que bem mais.

GUILHERME COMO FALSO NOVE
É uma possibilidade que o tempo vai me mostrar. Com dois jogadores de velocidade e infiltração (pelos lados) pode fazer a (posição do) André. Com o tempo, você vai organizando a equipe e estabelecendo variantes.

CONDIÇÕES DE GIOVANNI AUGUSTO
Risco é não colocar um atleta com condições de 45 a 60 minutos, entrosado, com toda sequência e já adaptado. Dos que chegaram, ele foi o que mais rapidamente se adaptou. Está à disposição e você não bota para jogar? Alan estava se adaptando a isso, Marlone foi adaptado a essa função. Traz e coloca. (o Giovanni), depois vai ter opções. Danilo, se precisar de bola aérea e retenção, ou Marquinhos, se precisar de velocidade, com dois jogadores específicos.

YAGO EM MEIO A POLÊMICA DE DOPING
Pela reação do atleta, pelo feeling (ele joga). As pessoas vão ter condição de esclarecer que a substância foi liberada. O que mais influencia Yago nesse momento é a consciência. Com ela tranquila, a gente segue. Pode errar no jogo, mas não na ideia de sacanagem, do ruim. Ele tá em paz com ele mesmo.

ELOGIO AO DEPARTAMENTO MÉDICO
Tenho agradecimento ao departamento médico do Corinthians de forma inestimável, não sabem o quanto. No Brasileiro 2011, foi por iniciativa do DM trazer Fábio Santos, que tava fora do jogo (com São Paulo), porque estava com problema de lateral esquerdo. De manhã, tarde e noite tratamento com Guerrero no último jogo com São Paulo para fazer dois gols no Mundial. Não pode, enquanto ser humano, que uma conduta possa ter sido melhor (com Elias). É compreensível, mesmo fechando todas as variáveis. Na minha observação, Elias estava bom pra jogar, e importância dele lá (com Cobresal) iria ser fundamental.