Conmebol ignora regulamento e revolta Atlético com jogo de ida em Curitiba
A confirmação do jogo de ida entre Atlético Paranaense e Deportivo Capiatá, do Paraguai, para Curitiba já neste dia 15, revoltou os atleticanos, que viram a Conmebol ignorar o próprio regulamento da competição.
De acordo com o Artigo 3, parágrafo 3.4, os jogos da 3a fase da Copa Libertadores terão seus mandos de campo definidos pelo Ranking da Conmebol, com o time melhor posicionado decidindo a vaga no segundo jogo em casa. É o que acontece entre Botafogo x Olímpia (PAR), Atlético Tucuman (ARG) x Atlético Júnior (COL) e Union Española (CHI) x The Strongest (BOL).
Não é o que acontecerá entre o 71o colocado Atlético contra o Capiatá, 199o do ranking e que fará o segundo jogo em casa. Em comunicado na noite de sexta-feira, a Conmebol alegou que manteve as posições das chaves no sorteio dirigido, em carta assinada pelo diretor de competições Hugo Figueredo. Capiatá é uma cidade a 21 km de Assunção, na região metropolitana. A sede da Conmebol também fica em Assunção, capital do Paraguai.
Nas redes sociais, a torcida atleticana reclamou do descumprimento do regulamento. Torcedores criticaram a Conmebol, chamando-a de "varzeana" e questionando o que pode ser até um precedente para uma virada de mesa na competição.
Histórico de atritos
Atlético e Conmebol já tem um histórico de atritos desde a final da Libertadores de 2005, quando o Furacão se viu obrigado a disputar o primeiro jogo da decisão contra o São Paulo em Porto Alegre, uma vez que as arquibancadas tubulares - iguais às usadas pela Fifa na Arena Corinthians para a Copa 2014 - não foram liberadas pela Conmebol, mesmo com aval da Polícia e do Corpo de Bombeiros. O estádio sem elas não atingiria a capacidade mínima de 40 mil pessoas, como constava no regulamento.
À época, o Atlético se viu obrigado a jogar em Porto Alegre sem sequer discutir a cidade em que poderia mandar o jogo. O empate em 1 a 1 no Beira-Rio possibilitou ao São Paulo a chance de fazer valer o mando de campo no Morumbi, e os 4 a 0 selaram a sorte atleticana.
Porém, no ano seguinte, Pachuca do México e Colo-Colo do Chile decidiram a Copa Sul-Americana no Estádio Hidalgo, em Pachuca, para apenas 32 mil pessoas, contrariando a normativa da Conmebol. Quando da prisão do ex-presidente da Conmebol, Nicolas Leoz, detido pelo FBI e que levou a mudança na diretoria da confederação, o presidente do conselho atleticano Mario Celso Petraglia não poupou críticas ao desafeto: "Se não fossem as forças ocultas nós teríamos sido campeões da Libertadores. Porque nos tiraram na mão grande, de uma forma vil do nosso estádio para jogar a final", em entrevista à ESPN no programa "Bola da Vez".
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