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Uruguaios ignoram antiga provocação de F. Melo: "Não demos importância"

Palavras de Felipe Melo não atingiram o Peñarol, garantem dois jogadores - Cesar Greco/Ag. Palmeiras
Palavras de Felipe Melo não atingiram o Peñarol, garantem dois jogadores Imagem: Cesar Greco/Ag. Palmeiras

José Edgar de Matos

Do UOL, em São Paulo (SP)

12/04/2017 12h00

“Se tiver que jogar no Uruguai e dar tapa na cara de uruguaio, eu vou dar. Lógico que com responsabilidade”. Felipe Melo ousou, provocou e repercutiu durante a apresentação no Palmeiras, ainda em janeiro, mas não entre os uruguaios do Peñarol. Adversário da equipe alviverde na noite desta quarta-feira, o time chegou "vacinado" contra as antigas declarações do meio-campista.

“Ah, o que ele falou, falou. Recebemos tranquilos o que ele disse. Não demos importância, sinceramente”, afirmou o lateral-direito Hernán Petryk, em entrevista concedida na concentração do Peñarol, no final da tarde da última terça-feira.

Felipe Melo, diga-se, recuou em relação à provocação anterior. Na última terça-feira, em entrevista concedida na Academia de Futebol, até pediu desculpas por qualquer mal-entendido às vésperas do duelo válido pela terceira rodada da Copa Libertadores.

Diante do primeiro encontro com Felipe Melo, os uruguaios, entretanto, ignoraram qualquer possibilidade de má interpretação. O Peñarol, ao contrário do clichê repetidamente dito, quer evitar qualquer confronto – pelo menos com as palavras, antes de a bola rolar no gramado do Allianz Parque.

“Ouvi esta declaração do Felipe Melo, mas, sinceramente, não demos nenhuma importância a isso não. Em campo são 11 contra 11, e a melhor equipe vencerá”, limitou-se a dizer o atacante.

Os uruguaios do Peñarol evitaram o assunto durante os dias que antecederam o compromisso desta quarta-feira. Apenas a provocação a Felipe Melo fora ignorada; a fama do milionário Palmeiras, atual campeão brasileiro, ultrapassou a fronteira e chegou a Montevidéu.

“Vimos este último jogo que eles ganharam por 3 a 0 [vitória sobre o Novorizontino]. É uma grande equipe, com muitas virtudes. Agora nos resta tentar fazer o nosso jogo e tentar surpreende-los”, afirmou Affonso, que não descarta um Peñarol até mais retraído diante dos palmeirenses.

“Pode ser uma circunstância da partida. Creio que teremos que ter a bola conosco, porque isso é o que eles fazem (ter a bola); temos que ter a bola para fazer o nosso jogo, temos que agir desta maneira para sairmos com o melhor resultado”, acrescentou.

Mauricio Affonso Peñarol - UOL Esporte - UOL Esporte
Affonso: 'Não demos importância para as palavras de F. Melo'
Imagem: UOL Esporte

O Peñarol quer também propor o jogo no Allianz Parque. Toma por ciência de que retrair-se e atrair o Palmeiras pode custar as chances de um bom resultado na noite desta quarta-feira. “Peñarol compacto, isso será fundamental para a gente segurar o Palmeiras, que é uma equipe que usa da posse de bola. Temos que ao máximo evitar esta posse seja tão dominada por eles, que seja mais dividido”, recomendou Petryk

‘Camisa pesada’ e admiração a Zé Roberto

Pentacampeão da Copa Libertadores, o Peñarol carrega uma enorme tradição na competição sul-americana. Este peso, na visão do jovem lateral Petryk, pode favorecê-los em confrontos como o desta semana no Allianz Parque. “Imagino que sim, sem dúvida. Mas, como te disse, é uma partida que precisamos jogar e estar sempre preparados”, declarou o jogador, ciente do grande trabalho que o espera para o duelo.

Zé Roberto (certamente) e Dudu (provavelmente durante boa parte) cairão pelo setor do lateral-direito, que sobrepôs a admiração pelo veterano camisa 11 palmeirense em relação à rivalidade do jogo desta quarta-feira. “Sem dúvida há uma admiração tremenda. Zé Roberto é um excelentíssimo jogador, com muita experiência, e é lindo dividir o mesmo campo com ele”, rendeu-se Petryk, elogioso também para com o camisa 7 e capitão palmeirense.

“Não há preocupação especial, mas sabemos que Dudu é um grande jogador e não é de hoje. Tem que sempre estar atento contra ele”, encerrou.