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Com torcida e gringos afiados, Fla espanta fantasma recente na Libertadores

Guerrero em ação; peruano se destacou e ajudou a espantar trauma da eliminação precoce - Leo Correa/AP
Guerrero em ação; peruano se destacou e ajudou a espantar trauma da eliminação precoce Imagem: Leo Correa/AP

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

13/04/2017 04h00

Bastaram 90 minutos na noite da última quarta-feira (12) para que o Flamengo espantasse a pressão que dominou o ambiente rubro-negro recentemente. Com um bom início de jogo e controle da partida, o time venceu o Atlético-PR por 2 a 1 e, beneficiado pelo outro resultado do grupo 4 (empate entre San Lorenzo e Universidad Catolica), assumiu a liderança da chave na Copa Libertadores da América. Clique aqui para ver os gols da vitória flamenguista.

Além de encerrar um jejum de quatro jogos sem vitórias, o bom resultado diante dos paranaenses espantou parcialmente um fantasma que assustava os cariocas nas últimas participações (2014 e 2012) no torneio sul-americano: a eliminação precoce ainda na fase de grupos.
O tropeço diante da Universidad Catolica na segunda rodada, o grupo difícil e a suspensão de Berrío por três partidas tornavam a ameaça real também neste ano.

O Maracanã mais uma vez lotado e a recuperação do setor ofensivo, no entanto, reverteram o quadro.
Se nas arquibancadas a torcia cumpria o seu papel, evitando qualquer ameaça de vaia e gritando o tempo inteiro, dentro das quatro linhas os peruanos Paolo Guerrero e Miguel Trauco, este último atuando como ponta esquerdo, mostravam uma nova realidade: jogadores estrangeiros se firmando e decidindo partidas.

“Eu já tinha falado com o Trauco. Nos entendemos bem, peço para ele me procurar atrás do zagueiro. Ele enfia bem a bola ali. Está dando certo”, comentou Guerrero, autor do primeiro gol na vitória.

Até dor de barriga “ajuda”

E Trauco esteve em campo por um motivo curioso. Por conta de uma dor de barriga do titular Mancuello, o lateral peruano surgiu como opção para atuar no lado esquerdo do ataque. “Gostaria de fazer um jogo com homem que tivesse bom cruzamento e boa batida na bola. Nossa estratégia era jogar em cima dos zagueiros deles. Talvez se trabalhasse com homem destro por ali, não teríamos a mesma velocidade”, explicou o técnico Zé Ricardo.

Com o time bem em campo, a torcida ajudou. E ainda colaborou para uma renda maior no segundo jogo da equipe no Maracanã na Libertadores. Segundo informações do CEO do clube, Fred Luz, a arrecadação líquida superou a casa de R$ 1 milhão – batendo os R$ 750 mil da estreia contra o San Lorenzo.

“Não é o ideal ainda. Com essas negociações pontuais, ainda perdemos um valor alto. Mas o retorno é bom, dentro de campo também. Vamos avaliar para as próximas oportunidades”, disse Luz, já projetando o duelo contra os chilenos da Universidad Catolica – 3 de maio.