M. Bastos pode virar titular na lateral, onde mal atua desde a Copa de 2010
Lateral esquerdo titular do Brasil na Copa do Mundo de 2010, Michel Bastos estava cansado de atuar em uma função mais defensiva. Desde o Lyon, passando pelo São Paulo e o início de trajetória no Palmeiras, o experiente jogador abraçou a função de meio-campista e não escondia a preferência por jogar mais próximo ao gol. As circunstâncias, no entanto, fizeram ele colocar essa decisão de lado na Academia de Futebol.
Foi na lateral esquerda que Michel Bastos ganhou projeção nacional, quando ainda defendia o Figueirense, em 2005. Na mesma função, vestiu a camisa 6 da seleção brasileira na Copa de 2010, ano no qual já se destacava pelo Lyon como meio-campista. Com a camisa amarela, atuou os cinco duelos do Mundial pela ala.
Desde o período vitorioso pelo Lyon, no entanto, foram raras as partidas na lateral esquerda. Sempre mais avançado, ele muitas vezes jogou invertido pela direita, para aproveitar melhor o poder de finalização. Foi assim também nas passagens por Schalke 04, Al Ain e Roma, clubes pelos quais ele passou antes de voltar ao Brasil. Especializado em estatísticas e transferências, o site Transfermarkt registra Michel Bastos como ponta esquerda e diz que ele jogou três vezes mais na ponta direita que na lateral canhota, para efeito de comparação.
Nos tempos de São Paulo, ele até chegou a engatar uma sequência como ala, mas raramente figurou na primeira linha defensiva. Atuar no meio era tão importante que ele até colocou o posicionamento como um trunfo para assinar com o clube do Morumbi ainda em 2014.
Na chegada ao Palmeiras, de novo, usou um discurso no qual se dizia preparado para atuar aberto pelo meio-campo, função na qual atuou durante a maior parte dos últimos anos de carreira. "A gente tem a liberdade de expor ao treinador a preferência, onde a gente se sente melhor, mas deixo a critério do treinador. Hoje me sinto em plenas condições de jogar aberto, pela direita ou pela esquerda", disse, evidenciando a função preferida logo na apresentação na Academia de Futebol.
A ideia de atuar prioritariamente no meio-campo acabou de lado após pedido de Eduardo Baptista. A chance pode acontecer nesta quarta-feira; um bom desempenho, naturalmente, resultaria em Michel Bastos como opção mais forte no setor para o início do Campeonato Brasileiro.
Contra o Peñarol no último meio de semana, Michel Bastos atuou durante todo o segundo tempo como um legítimo lateral esquerdo. Com o camisa 15 na função, o Palmeiras subiu de rendimento, virou sobre o clube uruguaio e deixou Montevidéu com um 3 a 2 favorável, que encaminhou a classificação às oitavas de final da Copa Libertadores.
Eduardo Baptista aprovou a atuação do veterano na lateral esquerda, e este panorama pode se repetir nesta quarta-feira, a partir das 21h45 (de Brasília), contra o Jorge Wilstermann-BOL, em Cochabamba, pela quinta rodada da fase de grupos da Copa Libertadores da América.
“Bati um papo com ele, e ele se colocou totalmente a favor. É um jogador que pode trazer um Tchê Tchê ou outro volante, e também posso adiantá-lo. Ganho variações importantes. Ele se colocou à disposição e deixou para mim a decisão”, comentou Eduardo Baptista.
FICHA TÉCNICA
JORGE WILSTERMANN-BOL x PALMEIRAS
Local: Estádio Felix Caprielles, em Cochabamba (Bolívia)
Data: 3 de maio de 2017 (quarta-feira)
Horário: 21h45 (de Brasília)
Árbitro: Wilson Lamouroux (Colômbia)
Assistentes: Wilmar Navarro e John Alexander León (ambos da Colômbia)
JORGE WILSTERMANN: Raúl Olivares; Juan Aponte, Edward Zenteno, Alex Silva e Omar Morales; Fernando Saucedo, Cristian Chávez e Rudy Cardozo; Marcelo Bergese, José Rios e Luis Cabezas.
Técnico: Roberto Mosquera.
PALMEIRAS: Fernando Prass; Jean, Yerry Mina, Vitor Hugo e Michel Bastos (Egídio); Thiago Santos; Róger Guedes (Willian), Alejandro Guerra, Tchê Tchê e Dudu; Miguel Borja (Willian).
Técnico: Eduardo Baptista.
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