Da seleção a reserva: agressão e expulsão marcam "pior fase" de Vitor Hugo
A derrota do Palmeiras por 3 a 2 para o Jorge Wilstermann-BOL, pela quinta rodada da fase de grupos da Copa Libertadores, expôs novamente a queda de rendimento do zagueiro Vitor Hugo, um dos símbolos do time nas conquistas da Copa do Brasil-2015 e Campeonato Brasileiro-2016. O próprio defensor classificou o momento como ‘o pior da carreira’, no qual caiu de ritmo, ganhou um concorrente de peso e ainda deixou de lado as comuns exibições do lado brincalhão.
A autoanálise depreciativa ocorre depois de o atleta sofrer com críticas nas redes sociais. Palmeirenses entraram na conta de Vitor Hugo no Instagram e reclamaram da atuação do camisa 4, que usou a mesma plataforma para desabafar contra o atual momento.
O reconhecimento de Vitor Hugo apenas reforça a queda de rendimento. De convocado para a seleção brasileira no início do ano, prêmio pela regularidade na conquista do Campeonato Brasileiro, o defensor se tornou apenas uma alternativa no sistema defensivo palmeirense, hoje dominado pela dupla Edu Dracena e Yerry Mina.
Na Bolívia, por exemplo, atuou apenas pelas condições físicas de Edu Dracena, que permaneceu no Brasil por possuir um trauma no joelho direito. A derrota gerou crítica direcionada ao zagueiro e mais um capítulo negativo na temporada do camisa 4.
Titular incontestável desde o segundo semestre de 2015, Vitor Hugo sofreu com problemas disciplinares ainda no início de trajetória nesta temporada. No clássico contra o Corinthians, uma cotovelada fora do lance no zagueiro Pablo resultou em dois jogos de suspensão no Paulista. Pela Libertadores, em apenas 25min, cartão vermelho na estreia contra o Atlético Tucumán-ARG.
Os lapsos disciplinares entre o fim de fevereiro e o início de março custaram a posição de titular para Edu Dracena, que não perdeu mais um lugar no time desde então. Desde o cartão vermelho na Argentina, Vitor Hugo atuou apenas cinco vezes nos 13 compromissos seguintes da equipe.
A saída do time trouxe consequências fora das quatro linhas. As idas a entrevistas coletivas, comuns no ano passado, quando era comum a exibição do bom humor e do jeito espontâneo do defensor, reduziram-se - o último contato com a imprensa na Academia de Futebol ocorreu em 19 de janeiro, data da convocação do camisa 4 para a seleção.
Ao mesmo tempo em que caiu de rendimento e perdeu espaço no time, o defensor ainda testemunhou a chegada de mais um concorrente. Campeão olímpico pela seleção brasileira no ano passado, Luan desembarcou na Academia de Futebol como mais um alto investimento – R$ 10 milhões.
A contratação também tenta antecipar um movimento futuro de Vitor Hugo. O zagueiro convive desde o ano passado com forte interesse da Fiorentina, da Itália. O site Violanews, especializado na cobertura do clube europeu, afirma que a direção pagará 8 milhões de euros (R$ 28 milhões) para contar com o jogador a partir de junho.
Desta forma, Vitor Hugo mudou em sentidos diversos nestes primeiros meses de 2017. Em campo, o nível de atuação caiu de maneira explícita. Dentro do grupo, perdeu o lugar cativo no time titular e ganhou ainda mais um concorrente. Fora dele, a chance de ir para a Europa também mexe com o defensor, que, na própria visão, vive a ‘pior fase da carreira’.
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