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Presidente admite erro da Chape, mas promete lutar para reverter punição

Escalação irregular de Luiz Otávio (foto) rendeu punição à Chapecoense - AFP PHOTO / Eitan ABRAMOVICH
Escalação irregular de Luiz Otávio (foto) rendeu punição à Chapecoense Imagem: AFP PHOTO / Eitan ABRAMOVICH

Daniel Fasolin

Colaboração para o UOL, em Chapecó (SC)

23/05/2017 23h30

O presidente da Chapecoense, Plínio David de Nês, admitiu nesta terça-feira (23), após a vitória por 2 a 1 sobre o Zulia na Libertadores, que houve erro do clube catarinense no caso que culminou com a perda de três pontos no tribunal da Conmebol por causa da escalação irregular do zagueiro Luiz Otávio no jogo contra o Lanús. Porém, disse que a confederação sul-americana também se equivocou, e prometeu lutar para reverter a decisão que tirou o time das oitavas de final do torneio.

Segundo Plínio, a Conmebol mandou no dia 10 de maio, uma semana antes do jogo contra o Lanús, um e-mail avisando que Luiz Otávio havia sido suspenso por três partidas. Porém, o destinatário não foi nenhum dos canais normalmente usados para fazer a comunicação sobre o caso, e a pessoa que teria recebido o e-mail não repassou a mensagem aos responsáveis no clube.

"Vamos à cronologia dos fatos. Recebemos um e-mail da Conmebol sem assinatura em Medellín [em 10 de maio, dia da final da Recopa contra o Atlético Nacional]. O Rui Costa [diretor de futebol] solicitou ao departamento jurídico a avaliação do documento e constatou-se uma irregularidade, que era o destinatário incorreto do e-mail. Queríamos entender o e-mail, e às 17h a Conmebol nos informou que Rossi e Luiz Otávio não poderiam jogar na Recopa", disse o presidente.

"Após a derrota, me foi dito que os meninos cumpriram a pena e poderiam jogar tranquilos na sequência da Libertadores. Fizemos nossas partidas, fomos à Argentina [para enfrentar o Lanús no dia 17] e o delegado da Conmebol relacionou o Luiz Otávio na súmula sem nenhuma objeção", continuou.

"Recebi a informação [de que Luiz Otávio estava suspenso por três jogos] no meu telefone, dois minutos antes [de o jogo começar], e tenho como provar. Assumi a responsabilidade pela escalação do Luiz Otávio. Estava consciente de que havíamos agido certo. Telefonei à Conmebol e pedi a razão de tudo isso. Na súmula da arbitragem, constatou-se que um diretor do Lanús entrou no vestiário dos árbitros para falar sobre o caso. Qual a razão disso?".

Na avaliação de Plínio, houve um "conjunto de erros" de comunicação, tanto da parte da Conmebol quanto da Chapecoense. Por isso, ele disse que o clube tentará reverter a punição com um recurso ao tribunal da Conmebol - que ainda não tem data para ser julgado.

"Começamos a vasculhar nossos e-mails, e um conjunto de erros foi constatado. Da Conmebol até nossa secretaria, não recebemos os e-mails nas nossas bases usuais. Quando houve a suspensão, sequer copiaram o nosso advogado. Tomei uma decisão em prol do bom futebol e da limpeza do futebol. Iremos até a última instância em busca dos nossos direitos. Temos 10 pontos conquistados no campo, e eu assumo a responsabilidade por isso", afirmou Plínio.

"Esse erro aconteceu também dentro da Chapecoense. Assumo que recebemos [o e-mail], e não preciso dizer a quem foi. Mas não fomos comunicados da punição como devíamos, e também não fomos avisados do julgamento. Nós teremos que ter o mérito de mostrar o que o ocorreu, e o julgamento será da Conmebol", concluiu.

Com a punição de três pontos, a Chapecoense terminou na terceira posição do Grupo 7 da Libertadores e ficou com a vaga na Copa Sul-Americana. Caso o clube consiga reverter a decisão da Conmebol no recurso, vai a 10 pontos e fica em segundo na chave, garantindo lugar nas oitavas de final da principal competição do continente.