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Zé Roberto arma planos para a aposentadoria: "papel de pai" e ida aos EUA

Fim de carreira próximo: Zé Roberto já sabe o que quer fazer no início da aposentadoria - AP Photo/Andre Penner
Fim de carreira próximo: Zé Roberto já sabe o que quer fazer no início da aposentadoria Imagem: AP Photo/Andre Penner

José Edgar de Matos e Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo (SP)

03/07/2017 04h00

Desta vez não haverá volta, ele garante. Nem uma nova temporada sob grande expectativa, como ocorreu na transição de 2016 para 2017, removerá a ideia de Zé Roberto de encerrar a trajetória como jogador profissional. O lateral esquerdo do Palmeiras ignora as chances de méritos esportivos ainda maiores por um simples motivo: aproximar-se da família.

São mais de 20 anos de carreira com a data de término marcada para dezembro de 2017. Na visão do próprio camisa 11, as questões físicas o fariam prosseguir por até mesmo mais três anos. Entretanto, agora aos 42 anos, Zé Roberto quer se tornar mais presente na rotina dos filhos.

“Estou assim muito claro que paro neste ano, porque quero dar prioridade no próximo ano e dar seguimento à minha vida para a minha família. Tenho um filho de 17 anos [Endrick] que no ano que vem se forma e quer fazer faculdade fora. Praticamente não vivemos juntos, porque minha vida sempre foi corrida para um lado ou para o outro, sempre ausente de casa. Este ano eu paro sim”, sentenciou Zé Roberto, em entrevista exclusiva concedida ao UOL Esporte.

Para acompanhar o início da trajetória profissional do filho, Zé Roberto até admite mudar de país. Pelo gostos pessoais do garoto Endrick, o “futuro ex-jogador” já imagina o destino para passar algum tempo dos primeiros meses de aposentado.

“Ele [Endrick] gosta muito de música e nem é muito chegado a futebol; o esporte que ele mais curte é o basquete. Tem o basquete e a música, então é bem provável que ele vá fazer faculdade nos Estados Unidos”, adiantou Zé Roberto, que planeja outras ações a fim de recuperar o tempo perdido em virtude da intensa rotina de atleta profissional.

“Quero mesmo é levar e buscar os meus filhos na escola, participar do cotidiano deles, coisa que durante estes 20 anos nunca consegui fazer, porque sempre estive ausente. Com certeza, meu primeiro foco será a família. (...) Depois, vamos ver para qual ramo eu vou”, acrescentou o camisa 11 do Palmeiras, candidato a titular no jogo desta quarta-feira contra o Barcelona-EQU, pela Copa Libertadores.

Dono de uma “genética privilegiada” e sempre cuidadoso em relação ao próprio corpo, como gosta de repetir, Zé Roberto exibe com satisfação o legado para os filhos. Se Endrick gosta de basquete, as filhas também carregaram o DNA de atleta, e o ex-atleta da seleção quer usar o tempo livre em 2018 para acompanhar também esta evolução.

“As meninas [Miriã e Isabelli] estão no esporte. A mais nova gosta de competir sempre quando vai fazer alguma excursão com a escola e sempre participa de corrida de longas distância; também jogam vôlei. Gostam muito de esportes”, disse, com os olhos brilhando ao falar sobre os herdeiros.

Peso da idade? Não

Zé Roberto esteira Academia de Futebol Palmeiras - Cesar Greco/Ag. Palmeiras - Cesar Greco/Ag. Palmeiras
Zé Roberto diz não sentir o peso da idade no último ano de carreira no futebol
Imagem: Cesar Greco/Ag. Palmeiras

Os últimos seis meses de carreira de Zé Roberto são carregados de grandes objetivos esportivos. O Palmeiras luta por três títulos, no mínimo – Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores. A conquista da América geraria o quarto objetivo para o clube, o tão sonhado Mundial de Clubes. Aos 42 anos, o lado físico poderia pesar, mas o lateral descarta qualquer problema neste sentido.

“A idade não pesa, pelo contrário [risos]. Até ajuda, porque você adquiriu certa idade, conseguindo colocar a experiência e ter bastante recurso dentro de campo. Você consegue uma leitura totalmente diferente do que quando você tinha 20 anos de idade. No meu caso, não tem pesado em nada. Pelo contrário, ajuda bastante”, disse.

Aos 42 anos, Zé Roberto entrou em campo 21 vezes nesta temporada. Em relação ao ano passado, quando se notabilizou por ser o lateral esquerdo titular da campanha de campeão brasileiro, o veterano possui um papel mais discreto neste ano. Cuca não hesita em revezá-lo com Egídio e, recentemente, Juninho. Algo normal na visão do camisa 11.

“Nenhum jogador vai conseguir jogar os 70 e poucos jogos durante a temporada, então a comissão técnica alterna, tira a gente de um e coloca outro, para ter uma sequência e estar sempre 100%, sem acúmulo de jogos e risco de lesão. Isso não acontece comigo e o Egídio, acontece com todo mundo, vários jogadores”, declarou Zé Roberto, satisfeito com o nível de grupo à disposição no último ano da carreira.

“Sempre tem a alternância. Tem jogo que joga eu, tem jogo que é o Egídio; mas, também, tem jogo que joga o próprio Juninho, que é zagueiro e atua ali na lateral. Neste ano o Michel Bastos atuou ali também. O Cuca tem várias opções”, encerrou o camisa 11.